E o árbitro era amigo porque se não fosse iam mais para a rua.
Pouco antes do final da partida mostraram o número de faltas, 7 para o Sp. Braga e 24 para o FCP.
Amarelos foram 7 e 1 vermelho para os azuis.
E lá se foi o cabaço da invencibilidade.
O resultado final foi Sp. Braga 2-1 FCP.
Durante anos, a empresa foi o abono de família
da maior parte dos clubes da primeira divisão, para não dizer de todos.
Com um projeto arrojado ao nível do desporto rei e com a aposta no,
possivelmente, melhor conjunto de canais de desporto da Europa, investia
primeiro, para colher depois em publicidade, venda de jogos para outros
países e o pagamento mensal para poder ver as partidas. E se pensarmos
bem, com a quantidade de campeonatos e número de jogos a que se podia
aceder com uma simples mensalidade, o binómio preço/qualidade era
claramente vantajoso.
Já para os clubes, com fracas receitas de
bilheteira, na altura pouca organização em relação ao mundo televisivo e
impostos por pagar, a tábua de salvação, para se manterem à tona, e um
lucro inesperado e imediato, para fazer face as despesas correntes, eram
extremamente apetecíveis. Claro que haveria sempre o outro lado da
moeda: a possível valorização do próprio clube no futuro; os longos
prazos dos contratos, sem aumentos conforme a mesma valorização e a
sujeição à ditadura da transmissão televisiva, que destruiu as tardes de
futebol, eram inconvenientes rapidamente esquecidos perante a cor do
dinheiro vivo.
Assim, a empresa cresceu até onde está hoje.
Rádios, canais desportivos, jornais de referência e extensas
participações em várias áreas da comunicação social. Tudo isto com o
olhar benevolente da autoridade da concorrência, principalmente no que
concerne às transmissões de futebol. Senão veja-se, por exemplo, a
"coincidência" que levou o ministro Relvas a considerar, depois de
décadas, que o pobre não terá direito a, pelo menos, um jogo da primeira
divisão em sinal aberto. Num país claramente embebido nessa tradição. E
isso meses depois de um famoso almoço num restaurante lisboeta e à,
face à crise, falta de oferta de algum canal para pagar por esse jogo.
A
partir daqui começa, no entanto, a ver-se a crise e a emancipação de
alguns clubes. A parte da comunicação social, com perda de audiências,
quebra de vendas e recuo na captação de publicidade, leva à procura de
venda. Segundo dizem a investidores angolanos. A Sport TV, essa,
continua forte.
Depois, o final de contrato entre Benfica e
Olivedesportos. Que terá o seu impacto. Serão só 15 jogos. Mas será
sempre diferente. Sendo o clube com mais audiências, faltará ver o
impacto nas contas da empresa. E se outros não seguirão o exemplo.
Depois, cláusula claramente desajustada e única no mundo empresarial, em
que se sujeita o preço a pagar a um clube que no panorama televisivo
desportivo não tem sequer comparação com o do Benfica, soa mais a
negócio ruinoso do que a estratégia adequada.
Tudo isto, somado,
dará uma Olivedesportos mais forte? Ou o fim de um domínio declarado e
incontestado no panorama do futebol português? Ou iremos assistir a uma
refundação da mesma, apostando só no futebol e tentando mudar a
estratégia de preços e oferta ao público, por exemplo, do Benfica, que
seguirá o clube para o canal que lhes transmitir o jogo do seu clube em
casa? Tudo está em aberto, mas tudo está também diferente. O que parecia
inquebrável vai abrindo brechas e dando o flanco mais vezes do que o
costume.
Do outro lado, mais uma vez pioneiro, poderá o Benfica
tornar-se no grito de Ipiranga deste colete de forças, que a escassez de
dinheiro dos clubes os leva a não tentar sequer procurar alternativas?
Convenhamos que o mercado não será dos mais fortes. Que o país é
pequeno. Que somente meia dúzia de clubes poderiam capitalizar a
exploração própria dos seus direitos. Fica, no entanto, a primeira
pedra. Para a Olivedesportos, será um fim de ciclo ou uma refundação?
O texto acima foi retirado do site Relvado. É mais uma achega para o tema Benfica/Direitos Televisivos/Olivedesportos.
Respondendo às perguntas do texto, para mim será uma Olivedesportos mais fraca e um fim do domínio declarado no panorama do futebol português. Pode não ser um fim de ciclo, mas terá obrigatoriamente de mudar algo para que isso não aconteça!
O texto acima foi retirado do site Relvado. É mais uma achega para o tema Benfica/Direitos Televisivos/Olivedesportos.
Respondendo às perguntas do texto, para mim será uma Olivedesportos mais fraca e um fim do domínio declarado no panorama do futebol português. Pode não ser um fim de ciclo, mas terá obrigatoriamente de mudar algo para que isso não aconteça!