O seu clube do coração ganhou nos últimos 30 anos campeonatos a fio com ajudas de árbitros e arbitragens lesivas ao Benfica e não só. No entanto, para ele e outros do mesmo clube, foram sempre vitórias inquestionáveis e sem mácula. Já as vitórias do Benfica nunca são limpas, ora foi o túnel da Luz, ora foram as arbitragens. Enfim, mais um hipócrita!
Como sei que muita gente não tem acesso às crónicas integrais do Record, aqui vos deixo a transcrição.
«No próprio dia do dérbi, no domingo, um jornal desportivo lembrou que
o juiz de linha nomeado era o mesmo que não tinha assinalado o
fora-de-jogo a Maicon, no jogo com o FC Porto há mais de um ano. Um jogo
que, curiosamente, o FC Porto não só ganhou como arrasou o adversário,
mas que foi desculpado com um fora-de-jogo milimétrico que ninguém viu, a
não ser nas imagens repetidas da televisão e que serviram para mascarar
ao longo de todo este tempo a inferioridade do Benfica e, mais do que
isso, justificar o título perdido.
Mas não era preciso ir tão
longe na memória porque já este ano, não mais do que há três meses, no
mesmo Estádio da Luz, o FC Porto voltou a subjugar o Benfica e só uma
escandalosa arbitragem que permitiu as mais variadas agressões de
jogadores do Benfica e três foras-de-jogo barbaramente assinalados a
jogadores azuis e brancos permitiram aos encarnados continuar a
respirar. Percebeu-se aí que dificilmente o Benfica ia perder este
campeonato.
O jogo com o Sporting foi apenas mais uma
confirmação e, mais do que isso, a certeza das forças conjugadas para
que o título desta vez fique na Luz, pois seria de mais tanto
investimento e tão poucos títulos. Ler os mesmos que lembraram o
fora-de-jogo a Maicon nem sequer referirem a forma como João Capela e
seus auxiliares dirigiram o jogo com o Sporting, ouvir a forma como
foram comentados por alguns os lances evidentes do clássico da Luz, é
bem a imagem da falta de coerência e até falta de vergonha de como todos
tentam disfarçar o pânico que têm de perder este campeonato.
Nem
Jorge Jesus escapou a esse manto ridículo que cobriu todos os que se
referiram ao Benfica-Sporting. A preocupação que teve em dizer que a
vitória foi limpinha foi a mesmíssima que teve em andar muito tempo a
dizer que o FC Porto tinha ganho o campeonato anterior porque o
fora-de-jogo a Maicon não foi assinalado.
O técnico do Benfica
não quer que os adversários apontem qualquer mácula ao eventual título,
mas a verdade é que nos dois jogos mais importantes, com o FC Porto e o
Sporting, o Benfica só não perdeu porque jogou com 14. Assim como há
três anos foi preciso um singular caso de um túnel para fragilizar o FC
Porto e garantir o campeonato a todo o custo, o deste ano vai pelo mesmo
caminho. Anteontem, na Luz, o Sporting foi claramente impedido de
ganhar. Em janeiro, também na Luz, o FC Porto foi impedido de ganhar. A
supremacia do Benfica perante todos os outros adversários esbarrou em
ambos os casos no poderio do FC Porto e a forma como Vítor Pereira
entrou na Luz para ganhar e na sagacidade e experiência de Jesualdo
Ferreira. Valeram ao Benfica em ambos os casos os trios de arbitragem.
Coisas do futebol, é certo, mas para quem anda há mais de um ano a
lembrar um difícil fora-de-jogo de Maicon, calarem-se e ainda elogiarem
árbitros por erros ainda mais grosseiros para justificarem as vitórias é
demasiado pobre.
Não é por acaso que no domingo já se viam
tarjas gigantes clamando Benfica Campeões. Não é difícil adivinhar o
futuro quando o rio corre de tal maneira para o mar. E o Benfica nem
sequer precisava de mascarar o bom futebol que tem apresentado com estas
ajudas extras que lhe retiram brilho.»