Este post fala do futebol brasileiro, mas em certas coisas também pode aplicar-se ao português.
Não há paciência para com os treinadores, não há profissionalismo em alguns clubes e planeamento em muitos.
Eu que acompanho a par e passo o futebol brasileiro, concordo plenamente com o autor.
«Muito se fala que o futebol brasileiro está vivendo uma fase de profissionalização. Uma verdade em 50%. Vive, sim, um momento de mais dinheiro em caixa, 80% pelas cotas de TV que aumentaram bastante. Na maioria dos clubes, pouco foi feito no marketing, no fortalecimento da marca e no respeito com o torcedor. Os velhos problemas e a omissão existem. E fortemente.
Por outro lado, para se ver livre de cobrança de torcedores (principalmente das organizadas), cada vez com mais poder junto às diretorias, paga-se salários muito altos para jogadores e treinadores em orçamentos de pouco planejamento. As parceiras também muitas vezes não olham o objetivo, puro, simples e de maior importância: se é bom para os dois lados.
Neste cenário, com pouca gente profissional administrando o departamento de futebol, na maior parte são torcedores travestidos de dirigentes ou ex-jogadores, sem experiência, os treinadores passaram a ter um poder maior do que deveriam. O São Paulo, um time muito mais profissional no seu departamento de futebol, no passado, era exemplo. Treinador dava opinião, mas nas contratações e planejamento a palavra final era do departamento especifico. Hoje, me parece que isto também virou lembrança.
Na Europa, em muitos times, principalmente Inglaterra, os treinadores passam também a ter estas funções. Tudo claro. Mas lá um técnico fica bem mais do que uma ou duas temporadas no clube. É fácil, e até inteligente, este tipo de conduta. Aqui não. Perdeu quatro ou cinco jogos e está fora. Como planejar, como explorar mais as categorias de base?
As cobranças sempre serão em cima dos treinadores e jogadores, chegam aos dirigentes em um terceiro estágio. Estamos vendo isto no Flamengo. Um time que gastou muito para ter Ronaldinho, mas esqueceu do resto. Venceu o Carioca e achou que estava pronto para o Brasileiro. Deu até esta impressão. Mas vendo os últimos jogos, percebe-se que falta bastante.
Falta na zaga, meio de campo e ataque. Faltou planejamento. Como se pode imaginar um meio de campo apenas com Williams, Airton e Renato? Quem cria? Marcou Ronaldinho ou Thiago Neves, pronto. Matou mais de 50% do time. Na frente, Deivid e Jael, como reserva imediato - dois jogadores que, para falar pouco, não são unanimidade.
Saindo do exemplo do Flamengo, olhando por cima, vamos passar pelo Cruzeiro, Atlético MG, Palmeiras, São Paulo, Grêmio - este último em uma dúvida enorme. Durante algum tempo quis apostar na garotada da base, boa saída, depois mudou o caminho e agora pode é queimar promessas. O Bahia montou quase que um elenco inteiro, mas esqueceu de planejar. Só contratou e, claro, na onda da maioria, trocou de treinador durante a competição.
Neste panorama, não basta manter um treinador por muito tempo, com poderes limitados. Precisa-se de dirigentes profissionais, em todos os setores, não só nos departamentos físico, médico ou contabilidade. Em todos.
O exemplo é o Vasco, que contratou o ótimo Rodrigo Caetano. Planejou. Tanto que luta por três títulos neste ano. Ficou sem o treinador, por problemas de saúde, mas a filosofia, o rumo do trabalho, continou o mesmo. Independentemente do que venha a conquistar, que seja pelo menos uma luz para os outros clubes».(in Blog do Teo José)
1 comentário:
O poder dos treinadores e a falta de profissionalismo...
http://www.youtube.com/watch?feature=player_embedded&v=-NfnT5xDciI
A isso é que eu chamo fair-play...
Enviar um comentário