O presidente da Liga Portuguesa de Futebol Profissional (LPFP)
considera que o movimento de alguns emblemas visando a sua destituição
assenta em pressões do operador que detém os direitos de transmissão
televisiva da grande maioria das equipas.
"O que está em
causa é que estamos a chegar ao mês de dezembro - altura em que o
operador [Olivedesportos] paga a primeira prestação [dos direitos
televisivos] aos clubes relativos à época em curso - e os clubes estão
numa situação de estado de necessidade perante esses pagamentos",
disse esta terça-feira Mário Figueiredo, à margem de um seminário em
Lisboa sobre "Direitos Televisivos no Desporto".
O presidente
da Liga de clubes defende que a capacidade de negociar coletivamente os
direitos televisivos dos clubes de futebol profissionais deve estar
centralizada na estrutura que dirige e apresentou em outubro do ano
passado uma queixa na Autoridade da Concorrência contra a situação atual
no futebol português.
Vários clubes de futebol das ligas
profissionais reúnem-se hoje no Porto para concertar posições com vista à
destituição do atual presidente da LPFP.
Mário Figueiredo
diz que neste momento "está a haver uma certa pressão do operador em
relação aos clubes", sobretudo sobre aqueles que estão mais próximos das
posições da Liga, atrasando pagamentos ou substituindo as
transferências de soma por letras.
"Aquilo a que estamos a
assistir neste momento é a medidas desesperadas por parte do operador,
que (...) está a fazer pressão junto dos clubes, nomeadamente a alguns
clubes que estão mais do lado da Liga, que em vez de cheque ou dinheiro
são pagos em letras", exemplificou Mário Figueiredo.
Para o
presidente da Liga, o operador tem prejudicado os clubes que estão
próximos da Liga "em relação a outros que podem estar a servir de ponta
de lança dos interesses do operador".
O dirigente da Liga
reiterou que os direitos de transmissão televisiva dos clubes em
Portugal repercutem-se num volume de negócios que ronda os 150 milhões
de euros, dos quais menos de metade chega aos clubes.
"Os
clubes na sua globalidade estão a receber 60 milhões. Não é aceitável
que os clubes sejam espoliados de dois terços das receitas que andam à
volta do futebol. Foi o facto de ter posto o dedo na ferida e ter
demonstrado publicamente estas contas que criou esta situação.
Obviamente, é difícil para os clubes morderem a mão que ainda os
alimenta", concluiu.(in Record)
1 comentário:
è isso mesmo Manuel. Isso mesmo.
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