Disse há dias o artista que treina actualmente os azuis do Porto que "é muito fácil dizer mal do Porto". Pois é, hoje teve a resposta por parte dum dos que diz mal da sua equipa.
«Paulo Fonseca tem toda a razão quando diz que “neste momento é muito 
fácil dizer mal” do FC Porto. O que este treinador não diz, mas nós 
acrescentamos, é que é fácil dizer mal da sua equipa, porque ela não se 
tem apresentado como tal. Se, num simples jogo de futebol, os critérios 
de análise são quase sempre subjetivos, ou o que para uns é bom para 
outros nem tanto, o mesmo já não se aplica quando se é confrontado com a
 frieza dos números. E esses indiciam que o campeão nacional tem estado 
uma sombra do que vale, sobretudo nos jogos fora do Dragão, como será o 
caso de hoje, em Barcelos, com o Gil Vicente. 
Ora, o FC Porto
 tem escorregado bastante nesta Liga nos jogos longe de casa, em que o 
seu registo é preocupante, como os números o demonstram: em nove jogos, 
apenas conseguiu quatro vitórias, contabilizando ainda três derrotas e 
dois empates. Se preferirem, já tem mais derrotas e empates do que 
vitórias nessa situação de visitante, o que é mau para quem tem como 
ambição chegar ao tetra; a situação agrava-se quando se constata que o 
Benfica tem uma vantagem de quatro pontos e não manifesta qualquer sinal
 de quebra. É neste contexto, desfavorável, que o campeão nacional joga 
hoje com o Gil Vicente, simplesmente o clube que teve o atrevimento de 
impor a única derrota ao FC Porto em 60 jogos na Liga, nos dois anos de 
Vítor Pereira. Nova preocupação? Sim, embora a maior delas tenha a ver 
com a incapacidade – há quem lhe chame falta de atitude – manifestada 
pelos dragões, sempre que entram em campo sem o conforto de atuar no seu
 reduto.
O que se verifica é que ao campeão português vem 
faltando por vezes o seu selo mais característico – a atitude que 
chegava e sobrava para ganhar jogos quando as coisas corriam mal. E essa
 falta de atitude entronca num problema mais sério e que se prende com o
 facto de o FC Porto ainda não funcionar como equipa, o que muito se 
estranha, e ainda para mais quando o campeonato já vai longo. Uma boa 
parte do facto de o FC Porto estar aquém do que se lhe exige tem a ver 
com as repentinas mudanças operadas por Fonseca que, surpreendentemente,
 troca de nomes no seu onze como quem troca de camisa, o que contribui 
para a falta de quase tudo. É o carrossel do meio-campo que não pára de 
dar voltas – 15 combinações diferentes já foram testadas, o que é obra –
 e uma defesa em que no seu eixo central só Mangala tem lugar privativo.
 Assim torna-se mesmo difícil, pois ninguém consegue resistir a tanta 
mudança. 
É nestas circunstâncias, perigosas, que os dragões 
defrontam hoje o Gil Vicente, com um onze que naturalmente será 
diferente do anterior, porque isso está no sangue de Fonseca – é 
provável que Maicon recupere a titularidade –, mas que tem de ter a 
força de vontade suficiente para assegurar os três pontos, sob pena de 
se despedir bem cedo do título. Muitas adversidades, com a agravante de o
 Gil Vicente ter uma equipa bem definida, e mais ainda quando joga em 
Barcelos. Só um “Porto à Porto” poderá ser feliz. Conseguirá o que não 
conseguiu até aqui?!»






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