Clube de Desportos da Costa do Sol (Maputo – Moçambique)

Vou começar por explicar o porquê deste meu artigo que será o primeiro de vários.

Parte-I
Agora que resolvi meter mãos-à-obra e criei o meu blog, não queria limitar-me a artigos sobre o meu quotidiano (pilates, peladas, etc., etc.), até porque isso não seria interessante para a maioria das pessoas que entrarem e lerem o meu blog.

Assim, num destes dias resolvi pesquisar na internet (até porque andava meio desfasado) sobre o meu segundo clube de coração, o Costa do Sol de Maputo.
Todos os que me conhecem bem sabem que sou benfiquista de coração e sócio já com águia de prata (25 anos de filiação), mas só a minha família e os amigos mais antigos sabem que fui praticante e dirigente desportivo em Moçambique no período em que lá vivi. E não foi pouco tempo, foram 20 anos! Lá me fiz homem, tive duas filhas, comecei a trabalhar, etc.

O meu amor ao clube começou por este ser uma filial do Sport Lisboa e Benfica, com o nome de Sport Lourenço Marques e Benfica (SLMB). Lourenço Marques era o nome da cidade capital da então colónia portuguesa. Com a independência de Moçambique em 25 de Junho de 1975, o nome da capital mudou para Maputo, mudando também a sigla do clube para SMB.

Em 24 de Julho de 1976, o então Presidente da República de Moçambique (Samora Machel) realizou um Comício (designação que era dada aos discursos presidenciais públicos que valiam como lei) no Estádio da Machava e quando se referiu ao tema desporto, disse que os clubes moçambicanos que tinham nomes ou que estavam de alguma forma ligados ao colonialismo teriam de mudar de nome. Foi o caso, pois era uma filial do Benfica de Portugal, tendo mudado para Clube de Desportos da Costa do Sol.

Cerca de um mês antes desse Comício, ainda era um jovem mas já muito interessado e apaixonado pelo Clube, fui convidado para integrar a sua Direcção visto que o mesmo estava meio abandonado devido à debandada dos portugueses face à independência, ocorrida um ano antes.

Fui então eleito Secretário-Geral da Direcção. Fiquei 6 anos na Direcção, sendo no 2º mandato eleito Vice-Presidente e com o pelouro desportivo a meu cargo. Desempenhei o cargo com toda a dedicação (e acho que competência também) pois quando após nova orientação política (Moçambique era, e ainda é, uma República Popular) que obrigava os clubes a serem integrados em orgãos ou empresas estatais, à semelhança do que acontecia na antiga União Soviética, fui convidado pela Empresa que o integrou a trabalhar na mesma mas dedicando-me a tempo inteiro ao Clube. Ou seja, tornei-me dirigente profissional em 1981.

Infelizmente, por razões familiares fui viver em Portugal em finais de 1982, deixando de desempenhar essas funções.

Concluindo, participei activamente na história do clube pois era Vice-Presidente aquando da mudança de nome, emblema, equipamento, etc.
(Num próximo artigo escreverei sobre a minha participação enquanto dirigente)