«Na sequência da conquista do título de campeão nacional, com mais
três títulos no horizonte e com o desfecho da eliminatória em Turim, os
adeptos do Benfica vêm cantando, ultimamente, um “slogan” que é um misto
de realismo e esperança no futuro, depois de épocas a fio sob o domínio
do FC Porto: “o campeão voltou”, “o campeão voltou”, “o campeão
voltoooooou...”. O Benfica está de volta (também Luís Filipe Vieira o
afirmou, após a eliminação da Juventus) e, olhando para a floresta,
mesmo contando-se com a volatilidade dos mercados e com a crise a
apertar, parece ter vindo para ficar.
As condicionantes que
se abatem, cada vez em maior número, sobre a indústria do futebol não
permitem certezas de nenhuma espécie. Os gestores, os consultores e
todos aqueles que, diariamente, se debatem com as oscilações dos
mercados e da “coisa desportiva” desdobram-se em soluções que não
comprometam, essencialmente, o presente, sendo de realçar o desempenho
(extraordinário) daqueles que são capazes de preparar o futuro. Há
sinais claros de aproximação do Benfica a um novo conceito de
competitividade. Antes de Vieira contratar Jesus para “comandar as
tropas”, nas duas últimas vezes em que o Benfica se sagrou campeão
nacional (em 1993-94, com Toni e em 2004-05, com Trapattoni),
seguiram-se-lhes 5 (!) e 4(!) títulos do FC Porto. Com Jesus, o fosso
para os dragões diminuiu: depois de se sagrar campeão nacional em
2009-10, o FC Porto voltou às vitórias mas agora por “apenas” 3 vezes. O
título desta época traz com ele a sensação de um Benfica muito forte e
de um FC Porto invulgarmente fraco. Por isso, a pergunta faz todo o
sentido: estamos a assistir ao regresso do Benfica e ao esvaziamento
crescente do domínio portista?...
E o Sporting? – perguntarão
os leitores. O Sporting não conquista o título há 12 temporadas e, nos
últimos 30 anos, foi campeão nacional apenas por duas vezes. É uma outra
realidade. O Sporting está a tentar recompor-se de uma situação
negativa limite. Não é comparável, não obstante o esforço (de louvar)
que fez esta época para não perder definitivamente o comboio.
Os
sinais apontam no sentido da recuperação do Benfica, mas é bom não
perder de vista a possibilidade de os cenários actuais se poderem
alterar. O grande motor de transformação do futebol benfiquista foi
Jorge Jesus. Podem achar-se, a montante e a jusante do centro de
operações da equipa técnica, outros méritos. Os méritos presidenciais e
também os méritos de uma figura cujo desempenho nunca foi devidamente
realçado e que vem conhecendo uma cada vez maior proximidade com a
“realidade do futebol”. Refiro-me a Domingos Soares de Oliveira,
administrador da SAD que, através da sua discrição e com trabalho – a
formiga entre cigarras –, conseguiu irromper entre a ambição de um
conjunto de oportunistas (mediáticos), a aguardar paciente e
hipocritamente, dentro do Benfica, pelo desgaste e pela queda de Luís
Filipe Vieira.
Para continuar esta dinâmica de um futebol
competitivo e apontado às vitórias, Vieira vai ter de garantir a
continuidade de Jesus. O técnico conhece as pessoas e o clube por dentro
e entrou numa fase em que ganhou o respeito dos jogadores. Passou da
“liderança brutal” à “liderança afectiva”, e isso representa uma
importante conquista na gestão do grupo de trabalho. Por isso defendi
sempre a ideia de que Jesus precisa de um enquadramento especial do
ponto de vista do apoio directivo. Uma estrutura que perceba “quem é”
Jesus e as suas necessidades. Renegá-lo ou contribuir para o seu
enfraquecimento interno – como muitos fizeram – não é defender o
interesse do Benfica. O Benfica, nestas últimas duas épocas, com Jesus,
só perdeu 10 jogos dos 108 que já realizou. Vieira sabe o treinador que
tem – e fez muito bem em não dar ouvidos aos seus muitos “amigos”
consultores...
É que os próximos tempos não são fáceis. As SAD
têm grandes desafios à sua frente e os plantéis precisam de se renovar.
O Benfica vai ter de vender e nada melhor do que um treinador que tenha
o condão e a apetência de transformar os jogadores. Encaixando-nos numa
filosofia de treino e competição exigentes.
Nos próximos 2 a 3
anos definir-se-á o futuro do Benfica. É bom não facilitar e pensar,
nesta vaga de euforia, que o trabalho está feito. Não está.
NOTA
– Agora faz todo o sentido o Benfica protestar junto da UEFA, por causa
da expulsão de Markovic. As imagens não mostram nada, Vucinic diz que
“o problema foi com Artur”, pelo que – a menos que o árbitro apresente
uma versão diferente e fundamentada – talvez seja possível recuperar o
sérvio para a final.
NOTA 1 – Mais uma vez (agora no caso
Fernando), a FPF perdeu uma excelente oportunidade de evitar ser
“intervencionada” pela FIFA. Sem surpresa.
JARDIM DAS ESTRELAS - *****
"Mestre da táctica"
Vejo
em Jorge Jesus as qualidades que, no âmbito da sua especialidade,
considerando o treino e o jogo, um treinador deve ter. É um apaixonado
pelo futebol, um estudioso, um construtor de equipas e jogadores.
Percebi isso quando ele treinava o Belenenses e, mais tarde, em Braga,
alcancei a capacidade de JJ em passar para dentro do campo nas suas
equipas as ideias em que acredita e aposta. “Baptizei-o” como o “mestre
da táctica” e o “mestre da pressão alta”. Parece-me evidente que JJ
transportou para o Benfica, há cinco anos, uma ideia mais exigente para o
futebol dos encarnados – uma nova metodologia de treino e uma nova
abordagem competitiva. São agora mais numerosos os seus... apóstolos.
O CACTO
Não conta
O
mau perder do treinador da Juventus foi uma das notas mais negativas da
meia-final de Turim. Desculpou-se com erros de arbitragem (que ninguém
viu) e com o comportamento do Benfica antes do jogo. A verdade é que a
Juve tinha tudo a seu favor para ir em frente: um resultado recuperável
conseguido em Lisboa, jogo em casa perante o seu público, superioridade
numérica durante muito tempo, equipa a jogar na máxima força e, mesmo
assim... não foi capaz. Por inabilidade de Conte (mal a mexer na equipa)
e porque a equipa nunca revelou criatividade suficiente para se
libertar da “pressão defensiva” do Benfica.»
(Rui Santos, in Record)
Desta vez concordo inteiramente com o Rui Santos!
4 comentários:
Caro Manuel, o Rui Santos é um dos que anda a favor do vento, mas não deixa de tentar envenenar a opinião benfiquista, os problemas que ele inventa entre a direcção, Luís Filipe Vieira e Jorge Jesus são constantes e já lhe valeram uma forte reprimenda de Simões em directo na televisão... na noite do Benfica campeão o Rui Santos veio com esta teoria de conspiração da possível saída de Jesus e dos desacordos entre a direcção do Benfica, Luís Filipe Vieira e Jorge Jesus... Simões foi duro e disse-lhe que sabia bem do que ele estava a fazer... enfim, este senhor é inteligente e está constantemente a envenenar os benfiquistas com contos e ditos, pessoalmente não lhe dou importância nenhuma e penso mesmo que dar voz a este palerma é um erro.
Saudações benfiquistas, continua o bom trabalho.
Boas....
Eu acredito verdadeiramente que o gigante Benfica está de volta e para ficar, agora só faltará a sua afirmação na Champions League, se bem que ai terá de concorrer com equipas recheadas de petrodolares ...
SLB 4ever.....
Sobre esse rui santos, quem o viu e ouviu na sic, véspera do jogo, como eu ouvi, pedindo um castigo para o Benfica pela falta
do Enzo no 1° jogo (cujo processo
intentado pela Juventus, e quali-
ficado de brincadeira por JJesus,
não foi deferido pela UEFA...) e
ainda apelidar os protestos dos
Benfiquistas ( quando souberam da
queixa dos italianos...) de fazerem 'Nacionalismo popularucho'
e agora ver-te a criticar o trei-
nador da Juventus, crïticas que dão mais um ar de lamentação ( pela não vitöria dos italianos...) que outra coisa. Como é que se pode ser falso de maneira tão desassombrada ???
vamos benfica ganhar a liga europa sao muitas finais perdidas na europa ta na hora de ganhar uma e são 51 anos sem ganhar na europa do futebol
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