Parte II(Como tinha prometido no artigo anterior, vou falar neste sobre a minha participação no Clube enquanto dirigente)Certo dia, por ser o responsável pelo futebol de trabalhadores da empresa onde trabalhava (Serviços Municipalizados de Viação, depois Transportes Públicos Urbanos), fui convidado pelo meu amigo Moiana, na altura capitão da equipa sénior do Benfica a me candidatar a membro da Direcção do Clube.
Entrei para os corpos dirigentes do então Sport Lourenço Marques e Benfica e logo de seguida Sport Maputo e Benfica (devido à mudança de nome da capital Moçambicana), em 1976 para o cargo de Secretário-Geral da Direcção (presidida por Jorge Rito) numa eleição de lista única devido à crise directiva que o mesmo atravessava face ao retorno a Portugal da maioria dos anteriores dirigentes do Clube.
Face à obrigatoriedade de mudança de nome, a Direcção, após analisar as várias alternativas, decidiu optar por CLUBE DE DESPORTOS DA COSTA DO SOL.
Costa do Sol porquê? Simplesmente porque a sede e o campo de jogos se situava na zona da costa do sol, próximo à praia com o mesmo nome. Pelo mesmo motivo o ex-Sporting Clube de L. Marques mudou o nome para Maxaquene.
Escolhido o nome, passámos à escolha dos equipamentos. Pelo facto de se situar junto a uma praia, escolheu-se (no caso posso dizer que tive uma grande influência nessa escolha) pelo amarelo e azul. Amarelo do sol e azul da água do mar.
Lembro-me que disse aos meus colegas de Direcção que o Estoril Praia de Portugal usava essas cores pelo mesmo motivo.
Escolhido o nome e as cores, faltava o emblema ou logotipo.
Em representação da Direcção, consultei um amigo desenhador e pintor (Joaquim Canotilho) a quem pedi para desenhar um logotipo para o Clube, tendo-lhe pedido que o mesmo tivesse o mar, o sol e uma ave!
Agora uma confidência que a maioria não sabe, a ave seria uma forma de manter a semelhança com a águia do anterior emblema!
Devido à cor dos equipamentos e a semelhança com os da selecção do Brasil, começamos a ser chamados de “canarinhos”.
Como em Moçambique na época havia muitas carências, não tinhamos onde mandar fabricar os novos equipamentos. Então, aproveitando uma viagem que fiz a Lisboa fui incumbido pelos meus colegas de comprar os primeiros jogos de equipamentos com as novas cores.
Em 1979 realizaram-se novas eleições e passei a assumir o cargo de Vice-Presidente ficando com a área desportiva sob minha responsabilidade.
Trabalharam comigo diversas pessoas, todas bastante empenhadas e dedicadas, mas gostaria de salientar uma, pela competência, inteligência e juventude, eu também era um jovem de vinte e poucos anos quando me tornei dirigente.
Essa pessoa, é o actual Presidente Desportivo, Issufo Mogne.
Em finais de 1981 como já disse no artigo anterior passei a dirigente profissional do Clube.
(Num próximo artigo escreverei sobre a actividade desportiva do Clube durante a minha permanência nos Corpos Dirigentes)
2 comentários:
Pai, estou a gostar bastante destes posts relativos ao Clube de Desportos da Costa do Sol. Não só é uma forma de conhecer um pouco melhor a história do país onde nasci, como também de conhecer a tua própria história!
Muito giro perceber que existe uma associação entre o clube de Maputo com o Estoril Praia, devido às cores :)
Espero que venham mais posts destes!
Bjs
Carina
Carina, gosto de saber. Agora que tenho a possibilidade de compartilhar com mais gente, não quis que ficasse apenas nas minhas memórias do passado. Pelo menos mais um vai ter!
Beijinhos.
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