Parte IV
(Contada que foi a história do clube, a minha participação no mesmo enquanto director, nas vertentes directiva e desportiva, vou agora falar sobre aspectos marcantes da minha passagem pelo mesmo)A primeira direcção eleita após a independência de Moçambique, era composta basicamente pelo Presidente (Júlio Rito, um Vice-Presidente, um Secretário-Geral (eu) e um Tesoureiro. Depois tínhamos os seccionistas para as modalidades. De referir que embora fosse uma pessoa de difícil trato, Júlio Rito foi muito importante na arrancada do Clube. Era uma pessoa determinada e intransigível quando os interesses do Clube estavam em jogo. Não quis concorrer a segundo mandato. Do núcleo duro da sua Direcção, apenas eu continuei na seguinte mas mudando de cargo, agora como Vice-Presidente com o pelouro desportivo.
O novo Presidente, Henrique Pedrosa era uma pessoa mais maleável mas não menos determinada e ainda bem porque dava mais oportunidade a todos de participarem activamente nas decisões mais importantes.
Foi no seu mandato que ocorreram as mudanças de nome, emblema e equipamentos e em que o Clube deu início ao seu brilhante palmarés actual, conquistando o primeiro título nacional.
Falei dos presidentes, agora vou falar dos aspectos mais marcantes da minha passagem pelo Clube.
Os clubes com melhor palmarés antes e pós independência, eram o Desportivo, o Sporting (depois Maxaquene) e o Ferroviário, todos de Maputo, bem como o Textáfrica do Chimoio (ex-Vila Pery).
Paulativamente, nós fomos formando uma grande equipa (chegou a ser a base da selecção de Moçambique) e criando e melhorando outras modalidades que vieram a conquistar títulos também.
Em meados de 1981, as coisas não estavam correndo muito bem no futebol sénior e decidimos contratar um novo técnico. Optámos por um técnico argentino (exilado em Moçambique por motivos políticos) que estava a treinar o ex-Benfica de Nampula e que se estava destacando no campeonato provincial, de nome Jorge Reyna.
Por ser o Vice-presidente da área desportiva, coube-me a mim tratar da contratação. Desloquei-me a Nampula para falar com o mesmo e fui bem sucedido pois ele aceitou o convite e em boa hora porque a equipa melhorou e quase ganhava a Taça de Moçambique. Perdemos a final por 1-0 com o Desportivo de Maputo!
Não só porque fui eu que o contratei, como porque lhe dei todo o apoio moral e logístico aquando da mudança de cidade, ficámos grandes amigos. Pena ter perdido o contacto com ele!
No final desse ano fui convidado a mudar de entidade patronal, por motivos já referidos no meu primeiro artigo, e a trabalhar a tempo inteiro no Clube.
Outro facto marcante para mim foi o louvor que me foi atribuído pela Direcção da Associação de Futebol de Maputo pelos serviços prestados não só ao Clube mas ao futebol provincial quando deixei Moçambique.
(No próximo artigo falarei sobre “histórias” curiosas e interessantes)
3 comentários:
Entao a historia do Costa do Sol faz-se pela blogosfera sem falar do nome do grande Menelau Paraskeva que foi o Presidente Campeaonissimo? Nao ha melhores testemunhas que o os grandes jogadores como o Gil, o Luis, O Ramos,o Sergito, o Artur Semedo, o Tomas, o Caldeira, o Cesar, o Eduardo, o Afonso Eusebio, o Vitorino, enfim. A historia nao se faz a apagar a historia.
Caro "jmp", vi o seu nome no perfil e imagino que sejas filho do Sr. Paraskeva, meu grande amigo e de quem perdi o rasto. Ainda é vivo?
Sem dúvida que o seu pai foi importante na fase inicial do Costa do Sol, porém os nomes que citei foram apenas os dos presidentes da direcção e ele foi presidente da Assembleia-Geral.
Tenho-o como uma pessoa distinta e apaziguadora pondo água na fervura quando os presidentes Jorge Rito e depois Henrique Costa ferviam.
Gostaria de trocar um email consigo.
(manuel.oliveira2000@gmail.com)
Esqueci-me de referir que troco emails com o Nito (que esqueceste de referir) e também tenho o contacto do Artur Semedo e do César, além do treinador Arnaldo Salvado.
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