O Benfica é realmente o maior clube de Portugal

Entrevista do Sérgio Silva ao site Modalidades.com.pt

Chegou, viu e venceu. 

Com 37 anos rumou do Candelária para o Benfica e ajudou a devolver a Luz aos encarnados. Sérgio Silva está de saída para a Itália, mas leva o Benfica no coração. Sente-se com força para continuar a jogar, até porque a paixão que sente pela modalidade, não o deixa sequer pensar em parar de patinar.

Modalidades.com.pt: Chegou à Luz com 37 anos, ajudou a vencer o campeonato 14 anos depois sendo um elemento preponderanete da equipa, conquistou o carinho dos adeptos, mas está de saída. Sai com a missão de dever cumprido?

Sérgio Silva: Sim, apartir do momento que sinto que dei sempre o melhor de mim em prol de ajudar o Benfica a atingir os seus objectivos só posso sair de consciência tranquila. Umas vezes mais satisfeito, outras menos, mas sempre dei tudo o que tinha para dar, apesar de por vezes ser difícil derivado ao problema que tive.

 

Disse em entrevista à Benfica TV, que a Direcção ajudou-o a resolver esse problema a nível pessoal. O que se passou?

 

Tentou e como já disse agradeço tudo o que foi feito para me ajudar mas como as pessoas que estão por dentro desse problema sabem, foi muito complicado tomar outra decisão que não a de deixar o Benfica. Foi um problema pessoal que não vou falar como deves perceber, que me complicou muito o dia a dia nos últimos meses, e que eu tentei não levar para dentro do ringue, pois queria muito ser campeão no Benfica. Penso que consegui ajudar a atingir esse objectivo.

 

Leva o Benfica no coração?

 

Sem dúvida. Fui muito feliz durante 10 meses. Criei amizades, recebi muito carinho por parte de todos, ligados ao clube e adeptos, o Benfica ficará para sempre no meu coração.

''Nunca pensei em jogar até aos 30, 35, 40 anos''

 

Quais as vantagens de sair de Portugal nesta altura, com o campeonato "no bolso"?

 

Não trago disso nenhumas vantagens, simplesmente trago um título ganho com muito mérito, esforço, dedicação e a esperança que seja o primeiro de muitos.

 

Comparativamente aos tempos que passou ao serviço do Candelária e do Óquei de Barcelos, onde se sentiu mais feliz? No Benfica, ou nos outros dois clubes?

 

Senti-me bem, feliz, onde me trataram bem. Felizmente sempre fui bem tratado em todos os clubes onde passei, mesmo os que representei em Itália, mas não vou esconder que esta passagem pelo Benfica, embora a mais curta que tive em algum clube, foi também a que parecia de maior duração tal foi a empatia criada com todas as pessoas com que estive envolvido. O Benfica é realmente o maior clube de Portugal, um dos maiores do Mundo.

 

Esteve alguns anos em Itália. De certa forma sentia vontade de voltar aos país transalpino?

 

Ja tinha tido durante estes três anos que estive em Portugal novas propostas para regressar a Itália. Penso que tinha deixado marcas na minha passagem por Itália, e por isso a hipótese de poder regressar seria perfeitamente normal.

 

 

Há 20 anos atrás, algumas vez pensaria que jogaria, pelo menos, até aos 37 anos?

 

Não, nunca pensei nisso, nunca pensei em jogar até aos 30, 35, 40 anos. Pensava e penso sim em jogar até sentir prazer e forças para o fazer, independentemente da idade.

 

As pernas aguentarão mais quanto tempo em cima dos patins?

 

Não sei, depende de tantas coisas, mas a vontade e alegria de jogar hoquei vão continuar com certeza por muitos anos. Assim as pernas possam acompanhar essa alegria.

 

''O Benfica tem adeptos fantásticos com os quais se pode contar sempre''

 

Em que clube gostava de terminar a sua carreira?

 

Nao gostaria de acabar a carreira (risos), mas brincadeira à parte, gostaria de acabar a carreira onde me sentisse bem, independentemente do nome do clube.

 

Dada a massa associativa do Benfica, este título nacional que os encarnados conquistaram e para o qual você contribuiu, vai fazer com que o hóquei em patins nacional volte às luzes da ribalta?

 

Como já disse, o Benfica é o maior de Portugal, tem adeptos fantásticos com os quais se pode contar sempre. Devia já ter ganho o campeonato há mais tempo, um Benfica vencedor fazia falta a Portugal. Por isso espero que seja o primeiro de muitos, para ajudar a não deixar morrer a nossa modalidade, modalidade essa muito querida por todos os portugueses, e por todos os benfiquistas.