Época 2015/16

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O poder do futebol volta para Lisboa

A Liga Portuguesa de Futebol Profissional fica esvasiada de poder com as alterações provocadas pelo novo regime jurídico das Federações. Abaixo podem ler o porquê de algumas associações terem boicotado até ao limite a aprovação das alterações.

Mudança da disciplina e arbitragem para a federação obriga a uma alteração nas competências da entidade que organiza os campeonatos profissionais.
Os novos estatutos da Federação Portuguesa de Futebol (FPF) implicam que as decisões sobre castigos de jogadores/clubes e a nomeação/classificação dos árbitros passe novamente para a esfera federativa, o que obriga a liga de futebol profissional a assumir um novo papel que passa essencialmente pela defesa genérica dos interesses dos clubes profissionais e pela exploração dos direitos comerciais.
...
“A generalidade das ligas ocupa-se principalmente de estratégias comuns enquanto organizadoras dos campeonatos e da comercialização de direitos comerciais e de media, e tem as vestes de entidade patronal”, acrescenta Emanuel Medeiros, director executivo da Associação das Ligas Europeias de Futebol Profissional (EPFL). Um relatório da EPFL a que o PÚBLICO teve acesso indica que, nas épocas de 2009-10, só na Áustria, França, Suíça e Sérvia é que as ligas assumiam todo o poder disciplinar.

Na questão da arbitragem, só mesmo em Portugal, Inglaterra, Alemanha, Escócia e Rússia é que as ligas tinham alguns poderes na nomeação e classificação de árbitros, sendo que em todas as outras essas funções cabem à federação no caso inglês, aliás, todas as questões de arbitragem são tratadas por um organismo independente, onde há representantes da liga e da federação.

A mudança que agora ocorreu em Portugal e que entrou em vigor com a tomada de posse de Fernando Gomes como líder da FPF é baseada na ideia de que é necessário que os clubes não sejam juízes em causa própria, devolvendo à Liga um papel mais próximo de entidade patronal. “Penso que a Liga fica muito esvaziada. Vai passar a ser outra coisa”, diz Cunha Leal, antigo director executivo deste organismo, para quem o modelo ideal seria todas as competências do futebol profissional estarem centradas num único organismo, independentemente de estar dentro ou fora da Federação.

“Há um esvaziamento da esfera de competências, mas isso não significa que a Liga passe a ser irrelevante, enquanto responsável pelas competições de topo”, contrapõe Emanuel Medeiros, argumentando que “não se pode dizer que a liga inglesa ou alemã sejam ligas irrelevantes na influência e capacidade de definir estratégias para valorizar o espectáculo”.

A mudança de Fernando Gomes da Liga para a Federação acentua ainda mais a sensação de que o poder se muda para a sede federativa. Mas afinal o que fica na Liga?

O organismo sedeado no Porto continuará a ser o responsável pela organização da I e II Liga, bem como pela final da Taça da Liga, a definição das datas dos jogos, as alterações dos regulamentos e o registo de contratos, embora sempre em articulação com a FPF, onde viu aumentado o seu poder: no anterior modelo tinha 100 em 500 votos na assembleia geral e agora tem 21 dos 84 delegados, passando de uma representação de 20 para 25%. “A Liga continuará a ser responsável pela verificação dos requisitos dos estádios e deverá fiscalizar todos os aspectos financeiros dos clubes e, na minha opinião, até deverá reforçar esse papel”, salienta Guilherme Aguiar, também antigo director-executivo deste organismo.

A obtenção de patrocínios é também vista como um aspecto fundamental do trabalho da Liga, assim como um papel activo na exploração de todos os direitos comerciais e de media dos clubes. A centralização da venda dos direitos televisivos tem sido um caminho em praticamente toda a Europa (Espanha e Ucrânia são as excepções), algo que Portugal só experimentou ainda com a Taça da Liga e poderá vir a alargar à II Liga.

A evolução da Liga, desde que em 1995 assumiu a organização dos campeonatos profissionais, notou-se também no perfil dos dirigentes que a lideraram. Numa primeira fase havia presidentes dos clubes (como Valentim Loureiro, Manuel Damásio e Pinto da Costa) que acumulavam a função com a presidência da Liga, algo que se alterou nos mandatos mais recentes: Hermínio Loureiro, vindo da política, e Fernando Gomes, que já tinha experimentado a liderança da Liga de basquetebol e sido responsável financeiro pela SAD do FC Porto, marcaram uma nova era no perfil da presidência, aproximando-a do que acontece na Europa, onde só excepcionalmente os líderes destes organismos são simultaneamente presidentes de clubes. (in Público)

5 comentários:

dezazucr disse...

ver para crer

BENFIQUISTA disse...

digo o mesmo que disse o dezazucr, ver pra crer.


aproveito tambem para lhe desejar um feliz Natal e um prospero ano novo caro Manuel.

boas festas.

Mattos disse...

Boas...

Amigo Manuel...


Para bem do futebol Português seria bom que a nossa Liga fosse de facto competitiva, atrativa e cada vez mais isenta de ...anormalidades.
Esperemos então para ver o que sairá deste novo rosto que irá liderar a Liga Portuguesa, esperando sempre o melhor para o nosso tão amado e muitas vezes maltratado futebol ...Lusitano.

Feliz Natal para todos


Grande Abraço

Mattos...paixaodabola.blogspot.com

Carlos Alberto disse...

Amigo Manuel,

Aproveito para deixar aqui os votos de um Glorioso Natal na companhia de todos os teus com muita saúde... e vá lá, com o bacalhauzito para matar saudades aqui da terrinha e alguns docinhos eheheheh

Abraço.

Manuel Oliveira disse...

Amigos Benfiquista e Mattos, agradeço e retribuo os votos de Feliz Natal.

Abraços.

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