Os sérvios do Benfica

O Benfica recupera nos Balcãs a aposta que tanto sucesso gerou em grandes emblemas europeus ao longo das últimas décadas. Caso paradigmático, o Milan. Na mudança de milénio, e depois dos saborosos anos da “laranja mecânica”, os rossoneri tiveram em Boban ou Savicevic a continuidade.

Nesses mesmos anos 90 a Jugoslávia desmembrava-se, vidas perdiam-se. Aos milhares. Futebolisticamente falando, Sérvia, Montenegro, Croácia, Eslovénia, Macedónia e Bósnia não produziram resultados idênticos à anterior Jugoslávia.

Agora, algo está a mudar. A Croácia, de Mandzukic ou Modric, até já ultrapassou Portugal no ranking da FIFA. Da vizinha Sérvia vem esperança para o futuro. Fala-se numa geração de muito talento. E é neste contexto que surgem os jogadores sérvios detectados pelo Benfica.

Nemanja Matic, há dois anos na Luz, é já um dos mais completos médios europeus. Ao garantir o ingresso de Miralem Sulejmani, Filip Djuricic e Lazar Markovic o Benfica delicia-se com a fatia maior do talento sérvio. O ex-Ajax tem provas mais do que dadas no futebol europeu. O ex-Heerenveen é a referência da selecção sérvia. O ex-Partizan de Belgrado,esperança maior do futebol sérvio.

Matic - o farol condutor

Nemanja Matic pode ser o farol condutor dos que agora chegam. Dentro e fora de campo, um exemplo a seguir. Motivado pelo projecto benfiquista, garantiu à imprensa sérvia: apesar do atento olhar de meia Europa, está totalmente concentrado no Benfica.

Matic reitera que tem redobrada ambição de ganhar títulos na Luz depois de um ano em que só faltaram os títulos. Também feliz está Sulejmani. Finalizada a relação com o Ajax, o genial canhoto, cobiçado por diversos emblemas de renome, referiu ao diário “A Bola” que sente ter optado bem pela Luz.

Quando se fala nos três reforços do Benfica é importante situar valências. Se Sulejmani apresenta argumentos técnicos com a canhota que o transportam para um patamar de pura genialidade, mormente nas alas mas se necessário no apoio ao avançado, já Djuricic é um médio ofensivo de fino recorte.

Não são despropositadas as comparações holandesas com Cruyff ou sérvias com Kaká, mas todo e qualquer adepto benfiquista tem de ter noção que este é ainda e apenas um jovem talento com tudo a provar para atingir o patamar que muitos auguram. O facto de ter sido colocado no top três do campeonato holandês pode ser um bom ponto de partida.

Markovic é a velocidade e técnica em estado puro. Um prematuro assomo de classe. Verticalidade pelas alas, mas também golo na ponta da bota e faro pela zona de finalização. Os três revelam algo que agrada sobremaneira a Jorge Jesus: polivalência.

A palavra que vale ouro no futebol moderno. Três apostas: tudo para dar certo. Tal como aconteceu com Matic.

Excelente texto retirado do site do Benfica!