Época 2015/16

Época 2015/16

Bola do Mundial pode complicar livres de C.Ronaldo

Segundo o físico Ken Bray, Cristiano Ronaldo poderá ter de alterar a sua forma de marcar livres

Jabulani (“festejar” em zulu) é o nome da bola que será estreada no Mundial de futebol deste ano na África do Sul. Quem, no entanto, poderá não ter razões para festejar o aparecimento desta nova bola é Cristiano Ronaldo. Segundo o físico inglês Ken Bray, os livres do português podem ser menos eficazes com a Jabulani, porque esta será mais estável.

Se Ronaldo chutar esta bola com a mesma técnica [pouco efeito], não vai produzir o mesmo resultado. Não vai voar de forma tão imprevisível”, explica Ken Bray, autor do livro How to score: science and the beautiful game, afirmando que a nova bola será menos propensa a trajectórias “malucas”, até porque tem só oito painéis e surge agora com pequenas saliências que a ajudam a estabilizar.
Mas por que razão Ronaldo poderá ser mais afectado do que os outros? Porque tem uma técnica diferente. “O marcador de livres convencional gosta de rematar a bola com efeito e, neste caso, ela faz uma curva previsível”, explica Ken Bray, um professor doutorado em Física Quântica e que desde 2000 se dedica à análise do futebol na Universidade de Bath: “Ronaldo desenvolveu uma técnica em que remata a bola com pouco efeito. Ao fazer isto, a bola movimenta-se entre as massas de ar e tem uma trajectória mais imprevisível”.
Este estilo tem uma consequência prática: “Quando Beckham remata, sabe onde a bola vai terminar. Quando Ronaldo remata, é um livre bonito, mas ele não sabe onde vai entrar, porque o voo da bola é muito caótico. Ronaldo é imprevisível, porque aproveita o caos criado pelo ar na bola”, afirma o físico inglês, salientando que não está a criticar o avançado do Real Madrid. Para Bray, o português aprendeu a aproveitar a instabilidade do esférico no Mundial 2006, com a Teamgeist, que foi um pesadelo para os guarda-redes.
Ken Bray, porém, considera que Ronaldo é suficientemente “talentoso” para mudar a sua técnica. “Provavelmente terá de dar mais efeito na bola”, aponta o inglês, para quem o avançado do Real Madrid poderá fazer essa avaliação quando a Adidas disponibilizar a nova bola, no período de adaptação antes do Mundial.
O físico destaca, aliás, a técnica única do português, que é mais eficaz longe da baliza (a 25 ou 30 metros), por duas razões: “Primeiro, ele bate na bola com muita força, impondo velocidades acima de 30 metros por segundo. [108km/h]. Em segundo, o efeito caótico necessita de algum espaço para se desenvolver”, salienta Bray.
Esta técnica de Ronaldo só é comparável à knuckelball do basebol, em que o lançador segura a bola com os nós dos dedos indicador e médio. Esta técnica permite não dar efeito à bola e deixá-la à mercê do ar, provocando uma trajectória mais incerta.
Os rematadores clássicos de livres dão efeito à bola, que desenham curvas como os remates de David Beckham e Roberto Carlos. Mas na actualidade há outro jogador que tem uma técnica pouco usual: Didier Drogba, que remata com a parte interior do pé. Ken Bray afirma que, no caso do costa-marfinense, “o contacto do pé na bola acontece ligeiramente acima do centro”, pelo que o avançado do Chelsea “consegue rematar com topspin a partir do chão”, dando um efeito semelhante aos dos tenistas quando batem a bola por cima. “A bola voa sobre a barreira e desce muito rapidamente”, diz.
Bray afirma que o estilo de Drogba lhe recorda a forma como Eusébio fazia alguns remates. “Em 1966, nos penáltis contra a Coreia do Norte, Eusébio rematou com a parte interior do pé, com a mesma técnica do Drogba”, conta o inglês.
(Fonte: Público)

Sem comentários:

Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...

ARQUIVO DO BLOG

Prémio Relíquia da Internet

Prémio Relíquia da Internet

Presente do grande CORAÇÃO ENCARNADO

Presente do grande CORAÇÃO ENCARNADO

Adaptado por Blogger Benfiquista

Blog do Manuel © 2008. Template by Dicas Blogger.

TOPO