Especial: 32º título nacional do Glorioso SLB

Passada a euforia pela conquista dum título tão especial, vamos agora mais a frio falar sobre o 32º título nacional conquistado brilhantemente pelo Benfica.

Este título começou a ser conquistado com a contratação do técnico Jorge Jesus. Já o disse antes (e repito) que torci o nariz aquando da sua contratação. Na altura pensei nos inúmeros treinadores promissores e mesmo competentes que já haviam passado pelo Benfica sem sucesso.

Apesar de benfiquista, reconheço que os benfiquistas não são adeptos fáceis pois querem sempre mais. Quando as coisas não correm bem normalmente vaia-se a equipa, que por sua vez perde a confiança e torna-se uma bola de neve. Por este motivo considero que a conquista do título começou com a contratação do treinador pois ele soube criar uma empatia enorme com os sócios e adeptos, graças não só ao magnífico futebol normalmente praticado, como pelo espírito de ambição em querer sempre mais e mais, até golear.

Depois houve outro factor importantíssimo para os jogadores e sócios/adeptos ganharem confiança. Foi a conquista de todos os torneios em que participou na pré-época, perdendo apenas na apresentação da equipa.

O começo de campeonato, descontando o empate caseiro com o Marítimo, foi arrasador, cheio de goleadas, levantando cada vez mais a moral de equipa e adeptos.

De seguida veio um ligeiro abaixamento, coincidente com o jogo de Braga, cuja derrota e incidências deixaram marcas na equipa. Noutras épocas, terminaria aqui a ilusão e seria mais um ano perdido. Mas, mais uma vez Jorge Jesus com o conhecimento que tem dos meandros do futebol português soube tornear este obstáculo, apesar das exibições e resultados menos conseguidos com Olhanense e Sporting para o campeonato (empates) e V. Guimarães (derrota) para a Taça.

Chegaria o jogo decisivo da época, o Benfica-FC Porto. A equipa apresentou-se desfalcada, mas mesmo assim conseguiu vencer com todo o mérito e distanciou-se 4 pontos do rival. Este para mim foi o momento decisivo do campeonato sobretudo pela confiança que deu à equipa, após um período menos brilhante. A partir daqui arrancamos para uma 2ª volta quase imparável, apenas um empate em Setúbal, numa das piores exibições e a derrota no Dragão mas nas condições de todos conhecidas.

Não fora o brilhante campeonato do Sporting de Braga, o Benfica teria passeado neste campeonato e vencido como seria de toda a justiça, no mínimo a três jornadas do fim!

Pelo meio existiram, como é tristemente habitual no futebol português, casos de túneis que os adversários fizeram tudo para inverter as culpas dos responsáveis pelos incidentes.

Serviram porém de lição pois a partir de certa altura o Benfica passou a entrar nos túneis de acesso aos balneários isoladamente não fosse o diabo tecê-las.

A dúvida dos benfiquistas agora será a de saber se foi mais um título isolado como vem acontecendo há muitos anos, ou se é para recuperar a hegemonia do futebol português.

Tenho para mim que é para manter a onda ganhadora. E tenho essa convicção porque vamos manter o mesmo treinador e também, segundo palavras do presidente L.F. Vieira, quase todos os jogadores, tendo inclusivé já sido contratados três para a próxima época. No passado, isto nunca foi possível pois o clube não tinha capacidade financeira para segurar jogadores que fossem pretendidos por outros de campeonatos mais ricos e competitivos.

Uma palavra final para dizer que o facto de termos um canal de TV também se revelou muito importante nesta conquista, não só pelas denúncias que foram sendo feitas, como porque permitiu aos adeptos estarem sempre próximos da equipa e a par das situações mais complicadas. Passámos a ser vistos com outros olhos e temidos por essa arma importantíssima.

Agora a esperança é legítima, que venha o 33º já a seguir!