Pobre futebol português!
O medo está instalado há mais de 20 anos no futebol português. E as autoridades não fazem nada.
Estes últimos dias foram férteis em notícias sobre a podridão que o envolve, mas que a maioria dos dirigentes, e até da imprensa, fingem que não vêem.
Na 5ª feira surgiu uma notícia através da LUSA, sempre a mesma, dizendo que de acordo com fonte policial haviam sido constituídos arguidos 9 jovens de vários pontos do país, alegadamente adeptos do Benfica. No dia seguinte, já não eram todos adeptos do Benfica, também eram do Porto e do Sporting!
Esta notícia referia-se a um caso já antigo (Dezembro) em que houve queixa na PJ, supostamente por parte de Jorge Sousa, um dos mais visados. Caso para rir, apesar de ser enquadrado no crime de coação.
Curiosamente, no mesmo dia em que saíu a notícia do favorecimento de funcionários do SEF ao FC Porto na concessão de vistos provisórios a jogadores brasileiros contratados pelos portistas, nomeadamente Anderson, Pitbull, Ibson, etc. Também, sabe-se lá porquê, os pedidos dos vistos eram pedidos no Consulado de Portugal em Vigo-Espanha.
E ainda coincidente com a divulgação da entrevista de Hermínio Loureiro na noite anterior à TVI24.
Entrevista importante mas que mereceu (curiosamente) menos destaque nos media que a dos SMS´s.
Quem não achou assim foi o SOL que publicou no sábado uma grande entrevista ao ex-presidente da Liga de Clubes em que este denuncia ameaças, essas sim graves, de um Vice-Presidente portista após a sentença do processo apito dourado, no caso de não ser afastado do cargo o presidente do Conselho de Disciplina, Ricardo Costa.
Quanto aos jornais desportivos porque não o fizeram? Talvez porque quem tem .., tem medo!
Medo não teve o jornalista Rui Santos, que no seu programa Tempo Extra na SIC, diz com todas as letras que o FC Porto não baixou de divisão porque Hermínio Loureiro não quis, ao não apresentar queixa das declarações de Adelino Caldeira.
Entretanto, ainda há quem se preocupe com SMS´s e com os túneis da invenção.
4 comentários:
Na minha opinião, A Direcção do Sport Lisboa e Benfica depois dos ataques que tem sofrido e sofreu ao longo da época, e que tão heróicamente soube aguentar, deveria agora enérgicamente, partir para cima de quem de direito, e exigir apenas para que se cumpre com as leis e regulamentos.
Provas da violação aos regulamentos há. Portanto, aqui eu aplicaria com toda a satisfação a frase: CARREGA BENFICA.
Saudações.
A nossa direcção deveria (e será isso que vão fazer) fazer chegar à FIFA e UEFA um dossier exaustivo com todos os podres que são do conhecimento geral, em que os corruptos de contumil estão metidos. Talvez assim pudesse ser feita justiça, pois se da outra vez o Platini não o pode fazer talvez com os novos desenvolvimentos seja agora possível
DIVULGAR, É PRECISO!
O presidente do FC Porto deixou-o de mão estendida no Estádio do Algarve. Vêem-no como aliado do Benfica, mas define-se como sportinguista e 'aliado do futebol'. Hermínio Loureiro, ex-presidente da Liga de Clubes, fala pela primeira vez das pressões no futebol.
Valentim ou Pinto da Costa nunca lhe disseram para controlar o que Ricardo Costa (presidente da Comissão Disciplinar da Liga) andava a fazer?
A única pessoa que me falou do Ricardo Costa foi o Adelino Caldeira, vice-presidente do FC Porto, a 3 de Setembro de 2008 num almoço no restaurante Lusíadas, em Matosinhos. Ele foi clarinho e apreciei a frontalidade. Disse-me: ‘Meu caro, ou você corre com o Ricardo Costa e tem a vida facilitada ou vamos fazer-lhe a vida negra’. Certo é que não mudei a orientação de total autonomia que dei desde o início à Comissão Disciplinar. Desde esse dia que percebi que me iam fazer a vida negra e fizeram.
Por que queria o Porto afastar Ricardo Costa?
Tem a ver com as decisões disciplinares do Apito Dourado, como é evidente. Mas, em nenhuma circunstância, o presidente da Liga podia destituir este ou aquele. O Filipe Soares Franco, presidente do Sporting, também várias vezes sugeriu que eu substituísse o Vítor Pereira – que é a pessoa que mais percebe de arbitragem em Portugal. Não sei se o futebol português está preparado para a autonomia que eu decidi. Porque o presidente da Liga é fustigado por todos (por dirigentes, por especialistas de tudo e coisa nenhuma, por comentadores de segunda e terça-feira) sobre matérias sobre as quais não tem a mínima responsabilidade.
O que aconteceu depois dessa conversa com o Adelino Caldeira?
Essa conversa foi tida num registo de grande urbanidade. Mas a partir desse momento aconteceram coisas absolutamente artificiais como a novela da entrega do troféu de campeão que levou o Porto a escrever uma carta ao secretário de Estado do Desporto a fazer queixa da Liga. O barulho que fizeram! Quando se sabe que esteve marcada a cerimónia – combinada por Óscar Fernandes, funcionário da Liga, que tratou tudo com o FC Porto – e que essa entrega não foi feita porque Pinto da Costa tinha casamento marcado com a senhora Filomena. Obviamente, se o presidente do Porto não estava presente, a Liga não ia fazer essa entrega. E Tiago Craveiro, secretário-geral da Liga, várias vezes falou com Antero Henriques (director do FC Porto) para tentar marcar uma data para a entrega do troféu, mas nunca havia disponibilidade. Criou-se a ideia de que a Liga não queria entregar o troféu ao Porto – isto cabe na cabeça de alguém?
Quando entregou a taça, deve ter ouvido a maior assobiadela na sua vida.
Depois de toda a intoxicação que foi feita, não esperava outra coisa. Recordo-me de que os funcionários do Porto foram de uma correcção extraordinária. Mas lembro-me também que, quando saí da sala para entregar o troféu, ouvi um diligente funcionário do Porto a dizer: ‘Desliguem a musica! Desliguem a musica!’. Era para se ouvirem melhor os assobios. Nunca vi entregar um troféu sem música. Foi original. Foi claramente uma história montada para criar problemas e desgaste, para fazer com que eu não fosse entregar o troféu. Para depois me acusarem de lá não ter ido. As pessoas conheciam-me mal.
Quando foram conhecidas as decisões da Comissão Disciplinar sobre o Apito Dourado alguma vez sentiu a sua segurança ou da sua família em causa?
São matérias sobre as quais não gosto de me pronunciar. São coisas do foro pessoal. Apenas quero dizer que nunca tive segurança pessoal.
Esta época a Liga voltou a ser acusada pelo Porto de beneficiar o Benfica com a suspensão do Hulk e do Sapunaru. Passou a ser um inimigo do Porto?
Não sou inimigo de ninguém. A partir do momento em que o presidente do FC Porto me deixa de mão estendida numa tribuna num jogo no Estádio do Algarve entre o Porto e o Sporting, é evidente que as relações pessoais não podiam ficar da mesma forma. A falta de educação fica com quem não retribui um cumprimento. Mas essa circunstância em nada criou dificuldades no relacionamento institucional entre a Liga e o Porto. Alias, o clube participou activamente e de forma construtiva em todas as reuniões de trabalho. Uma coisa é a relação Hermínio Loureiro/Jorge Nuno Pinto da Costa; outra coisa é a relação Liga/ FC Porto. Em circunstância alguma o Porto podia ser penalizado.Demitiu-se em Março, quando o Conselho de Justiça decidiu reduzir a suspensão aplicada pela Liga a Hulk e a Sapunaru. Não acha que acabou por dar razão a quem o queria ver pelas costas?
Assumi as minhas responsabilidades. Não sendo jurista, entendi como uma enormidade a desproporção dos castigos aplicados aos jogadores Hulk e Sapunaru pela Comissão Disciplinar e pelo Conselho de Justiça. Não podemos confundir três jogos com quatro meses. Não estou aqui a dizer quem é que decidiu melhor. Deveria ter havido mais cuidado, porque a desproporção das decisões coloca em causa o trabalho de credibilização do futebol. Era preciso alguém tomar uma atitude.
A sua demissão foi um murro na mesa?
Foi um grito de revolta.
Não era mais lógico demitir-se Ricardo Costa?
Não. Se alguém tinha que se demitir, era eu. Nesse dia almocei com Pedro Passos Coelho na Mealhada e ia para Vagos para uma acção de campanha interna para a liderança do PSD. Sabe quem é que me ligou a dar nota da decisão do Conselho de Justiça?
Quem?
Não imagina. Foi Jorge Nuno Pinto da Costa. Fez questão de ligar-me para dizer qual tinha sido a decisão do Conselho de Justiça. Esta é a parte que posso contar desse telefonema.
Depois de o deixar de mão estendida, ligou-lhe para lhe comunicar a sua vitória no Conselho de Justiça. Você ainda não sabia de nada?
Não. A decisão deveria ter sido tornada pública naquele preciso momento. Não estou com isto a dizer que o presidente do Porto tivesse tido acesso a inside information. Estava dentro do carro, e recebi um telefonema de um número que não tinha gravado. Atendi e ouvi: ‘Daqui fala Jorge Nuno Pinto da Costa, presidente do FC Porto’. E transmitiu-me a decisão do Conselho de Justiça e depois disse-me um conjunto de coisas que não posso tornar públicas.
Porquê? Não são reproduzíveis?
Não posso, não devo. Sei o que é publicável e transmissível, e o que não é. A partir desse momento, procurei confirmar a informação, pois havia muita contra-informação a circular – a RTP chegou a noticiar uma coisa à hora de almoço que não se veio a confirmar. Mais tarde, o secretário-geral da Liga de Clubes confirmou-me a decisão. Perante esta situação, ponderei sozinho algumas horas e decidi renunciar ao cargo de presidente da Liga de Clubes. Informei os meus colaboradores e solicitei a todos os titulares de cargos nos órgãos da Liga que se mantivessem em funções para manter a normalidade.
Publicada por GeracaoBenfica
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