Um jornalista sem isenção

Admite-se de algum modo que os jornais para tornarem o seu produto mais atractivo e vendável, sigam técnicas de marketing agressivas utilizando uma linguagem com doses de manipulação e sensacionalismo q.b. e desde que pautadas pelo rigor e pela verdade. As notícias não devem ser baseadas apenas em meras opiniões pessoais, porque assim tornam-se subjectivas.

Esse facto torna-se mais gravoso, caso à notícia estejam subjacentes intenções pessoais que revelem à partida antipatias por esta ou por aquela pessoa ou por este ou por aquele clube, pois isso é a antítese de um jornalista. Sabemos no entanto que existem e que os exemplos, para mal dos nossos pecados, abundam por aí.

Uma das personagens que se enquadram na definição supra, é sem dúvida um dos adjuntos do director Pais do Record – António Magalhães (AM). A cada texto e a cada peça, cada vez mais ficamos com a certeza que ele não escreve para todos os leitores do diário, mas tão somente para uma faixa etária e clubista para a qual tem contribuido - os anti-benfiquistas, através das suas crónicas deturpadas, manipuladas e dotadas de pseudo-notícias e factos, servindo-os de acordo com aquilo que eles querem ler.
Não interpreta por norma o que aconteceu, mas aquilo que ele e eles queriam que tivesse sucedido ou se apreste para acontecer.

Na sua crónica de hoje fiel à sua tese dinamizadora da verborreia, AM escreve que «Os jogadores do Benfica valem milhões, mas hoje vão ter de justificar cada euro que ganham e aqueles que há quem pretenda pagar-lhes no futuro». Como vemos, uma frase dinâmica, inovadora e merecedora dos maiores encómios, numa manobra sub-reptícia para preparar os leitores para a sua próxima tirada: «Perante uma equipa guerreira, o Benfica vai ter de cumprir promessas antigas quando Jesus e Vieira anunciavam a conquista da Europa depois da consagração nacional».

Ou seja, AM tentou impôr a sua faceta de ‘xico-esperto’, misturando habilmente (??!!) palavras e intenções soltas dos protagonistas para lhe dar um tom manipulador e especulativo só ao alcance do diário da ‘verdade a que temos direito’.

Nem Jesus nem Vieira se aproximaram da forma ou intenção aqui espelhada por AM. Como todos sabemos, qualquer empresa ou equipa de topo, no início de cada época ou de cada ciclo determinam e fixam objectivos e anunciam-nos à opinião pública.

O Benfica não foge à regra. Podia até tê-los anunciado através de comunicado publicado no seu site com palavras e frases precisas para minimizar o impacto das análises especulativas dos AM’s cá do sítio. Não o fez, e eles foram transmitidos em conversas avulsas do presidente e do treinador, sem teleponto.
O facto tem mais relevância por as afirmações não terem sido pronunciadas de madrugada na calma de qualquer gabinete mas em directo, para além de que não constitui segredo para ninguém que ambos nem sempre conseguem driblar as subtilezas da língua portuguesa. Seja como fôr, qualquer pessoa bem intencionada decerto percebeu que LFV quis significar que era intenção do Benfica chegar o mais longe possível na Liga dos Campeões e que Jesus disse que iria ganhar um dia a Champions, só não sabia quando.
Percebemos que AM e outros opinadores do mesmo jaez queiram atrofiar as palavras e as intenções para fazer subir a parada e criar um clima de pressão adicional para depois terem argumentos para criticarem forte e feio em caso de inêxito. Mas isso não lhes dá o direito de quererem enganar os leitores com balelas à moda do Record.

Reparem em mais esta delícia: «Hoje, Benfica e Jesus estão proibidos de falhar aquele que há meses, no auge da euforia, era mero ponto de passagem no caminho da glória. A fasquia entretanto baixou e os oitavos até já dão prémio».
Este naco de verborreia recordaica justifica que percamos algum tempo, formulando algumas perguntas inocentes a este jornalista de camisola azul e branca vestida:

1) Um clube como atrás referimos, traça objectivos no princípio de cada época. Que poderão ser atingidos de uma forma parcial, total ….ou podem até falhar por completo;

2) O Benfica (e importa situar temporalmente a fixação desses objectivos), estabeleceu como principais objectivos para esta época; a) Renovar o título de campeão e b) Chegar o mais longe possível na Liga dos Campeões;

3) Alguém de boa fé acredita que antes da época começar, numa estrutura profissionalizada, não são determinados e fixados prémios tendo em conta os objectivos a atingir, que até poderão ser incrementados caso eles sejam excedidos?

A questão que colocamos é a de, tendo em conta os resultados alcançados na pretérita temporada, os objectivos enunciados eram ou não realistas? O que então se passou e que não está a corresponder aos objectivos traçados, não modifica em nada as afirmações expressas pelos dois responsáveis do Benfica. Porque como também sabemos, o carácter de aleatoriedade do futebol faz com que as situações se modifiquem quanto menos se espera e às vezes de uma semana para a outra.

Então porque insiste AM em nos querer atrofiar?

Excelente artigo publicado em Anti-Benfica.COM