Época 2015/16

Época 2015/16

A Guerra Fria

 Amanhã há clássico! Clássico transformado em guerra desde há muitos anos. Por culpa de quem, perguntarão. Para os benfiquistas, nos quais me incluo, por culpa do FC Porto e especialmente de Pinto da Costa, aqui e ali com algumas culpas do Benfica também. Quem não o admitir só mesmo por clubismo.
«Desculpe, Eriksson. Guerra é guerra». A famosa frase de Pinto da Costa em 1991 ao então treinador do Benfica – no célebre clássico nas Antas em que a equipa do Benfica se queixou de ser recebida com um balneário a feder a enxofre.
O último jogo no Dragão ficou marcado pelo arremesso de pedras ao autocarro do Benfica às portas do estádio e lá dentro foi um festival de arremesso de bolas de golfe.
Os benfiquistas têm provocado algumas confusões também, mas nunca às portas ou no interior do seu estádio, o que desde logo exclui qualquer acção ou omissão por parte do clube.
Encontrei o texto abaixo que aconselho a ler, embora não concorde em absoluto com ele.
Guerra Fria. Dois blocos. Cenário bélico, aliados em ambas as partes, movimentos de ataque, tentativa de domínio e controlo absoluto das operações existentes. FC Porto de um lado, Benfica do outro: críticas, guerrilhas, justificações, intimidações e confronto. Estão sempre distantes, separados, situam-se em extremos opostos. Qualquer um deles luta por ser campeão nacional. Mas não só: querem ser o principal emblema português, o maior representante do país, alargar a área de influência e tornar-se hegemónico, ganhando, não uma, muitas vezes. Falam em tréguas, em paz, tentam uma espécie de pacto de não-agressão e colocam as preocupações principais, dentro do relvado, acima de tudo. É um bom começo. Só que nunca passa da teoria. São palavras ocas. É impossível uma aproximação. O clima entre portistas e benfiquistas é cada vez mais hostil, mais violento, mais perigoso.
O próximo embate entre FC Porto e Benfica está marcado para o dia sete de Novembro. Exactamente três meses depois desde o arranque. Em Aveiro, na Supertaça Cândido de Oliveira, o dragão ganhou, aumentou a confiança, aproveitou o abuso de altivez benfiquista, surpreendeu o campeão e iniciou a temporada com o pé direito. O objectivo máximo de ambos é o campeonato. É nele que se empenham, por isso que correm, onde têm uma longa guerra recheada de barreiras e dificuldades para vencer ao rival. Querem ganhar, alimentar o ego e bater forte no adversário. O futebol português está cada vez mais minado de conflitos, de provocações, de jogadas de antecipação que pretendem preparar a batalha com segurança e certificar, ao mesmo tempo, que não há espaço para surpresas. Benfica e FC Porto tentam estar sempre um passo à frente um do outro. O mote é dado pelos dirigentes, levado pelos intervenientes directos e exacerbado pelos adeptos.
O Benfica, depois de ter visto o seu autocarro apedrejado quando se deslocava para Guimarães, por entre as medidas radicais que tomou, pretendeu reforçar as condições de segurança de toda a sua comitiva quando se deslocasse ao Norte do país. É legítimo, natural e compreensível. Infelizmente, contudo, as cenas de violência, com apedrejamentos, insultos ou outro tipo de intimidação, sobretudo nos adeptos organizados em claques mas também alastrada aos próprios jogadores, é algo que acontece com inusitada regularidade. E chega, até, a parecer algo comum. Um confronto - sim, confronto: marcar a palavra a negrito - entre Benfica e FC Porto tem, desde há vários anos, conflitos. Passa pelo rebentamento de petardos, por cânticos ofensivos, por recepções hostis, por lançamento de pedras. No Dragão ou na Luz. Em qualquer um dos lados da barricada. Porque se trata de uma guerra. O mal, leitor, está precisamente neste último ponto: a forma como é encarado o jogo.
O futebol tem diversas faces: a essência, com os passes de letra, as jogadas encantadoras e os toques de calcanhar ou, por outro lado, a forma como é visto: não há adversários, há inimigos; não há um relvado, há um campo de batalha; não há um jogo, há uma luta. E parece valer tudo. O problema é simples, é uma questão cultural, de mentalidade, onde é necessário ganhar seja por que meio for. Benfica e FC Porto agridem-se mutuamente, há muito têm relações cortadas, aproveitam todos os momentos para atacar o rival, para o pressionar e desestabilizar, de forma directa ou indirecta, numa verdadeira Guerra Fria. Pinto da Costa recupera o passado, Luís Filipe Vieira clama por paz mas critica André Villas Boas, o treinador portista responde na mesma moeda. É um ciclo vicioso, sem fim, mantido por todos, porque, no fundo, interessa viver num clima hostil. O choque aproxima-se. Alguém se lembra do que se passará no relvado?

Comentário: Embora o autor (Ricardo Costa), queira fazer transparecer isenção não consegue porque acaba por meter os dois clubes no mesmo saco e sabe-se claramente que não é bem assim, por isso o FC Porto construíu uma hegemonia nos últimos 30 anos, curiosamente desde que Pinto da Costa está no poder.

5 comentários:

71460_5/8 disse...

"O problema é simples, é uma questão cultural, de mentalidade, onde é necessário ganhar seja por que meio for."

este é realmente o problema. mas é um problema cultural dos dirigentes do Porto! são eles que não têm olhado a meios, quer seja fruta em forma de doces quer seja fruta oferecida sem que os que a recebem a queiram. e assim, continua a imprensa a ter forçar uma isenção não real, porque eles andaram a levar muita fruta para ficarem amordaçados!

" R y k @ r d o " disse...

Confesso que tenho algum receio do jogo de amanhã. Se ganharmos podemos ser novamente campeões. Se perdermos acabou a ápoca pois a desmoralização vai fazer os seus estragos na equipa

O MEU CORAÇÃO JÁ SOFRE

AI JASUS
.

Ricardo Costa disse...

Manuel,

O texto é meu - foi publicado no 'Futebolês' e no 'Futebol Portugal'.

Terei todo o gosto, caso pretenda, em debater esta questão consigo.

Abraço :)

Manuel Oliveira disse...

Caro Ricardo, em primeiro lugar, parabéns pelo texto (post)!
Quando digo que não concordo em absoluto quero referir-me ao seguinte.
No texto, tentas ser politicamente correcto para os dois lados, o que até compreendo visto que o teu Blog é aclubístico, por isso não chamas os bois pelos nomes.
Tudo o que lá dizes é verdade, apenas faltou (talvez não fosse a tua intenção neste post) ir mais fundo nos porquês desta "Guerra fria". Sim porque sabes que ela nem sempre existiu no futebol português.

Um abraço.

Bimbosfera disse...

É complicado. Há muita coisa por trás que pode parecer à primeira vista que é tudo igual... mas não é!
Estou com o Manuel, desculpe Ricardo!

Abraço

Márcio Guerra, aliás, Bimbosfera

Bimbosfera.blogspot.com

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