Desde o golo não averbado a Petit, num célebre jogo com o FC Porto, que o árbitro Olegário Benquerença é - no mínimo - figura incómoda nas partidas em que participa o Benfica. No domingo, no encontro dos lisboetas com o Nacional, Benquerença terá alegadamente (insisto: "alegadamente", uma vez que, de todos os lances, só um constitui erro grosseiro, aquele em que Luisão deveria ter sido expulso) favorecido os da Luz. Tal chega para que até este juiz já tenha sido incorporado naquilo que se desenha como um vasto exército de conspiradores para levar o Benfica "ao colo".
Pouco importam os pecados cometidos noutras frentes (o penálti transparente de Rodríguez no jogo com o FC Porto na Luz, o salto de Miguel Veloso a pés juntos sobre um jogador do Braga, seguido de cotovelada). Já não contam os anos em que o "ascendente" sobre os juízes - tão óbvio que revoltava qualquer adepto decente do futebol - tinha cores e geografias bem definidas, sem esforço para dissimular a preferência. Agora, uma estranha e antinatural "santa aliança" entre comentadores e analistas afetos a outros candidatos ao título (mais uns do que outros...) vem denunciar essa manobra subterrânea que há-de, "obrigatoriamente", entregar o título ao Benfica. Uns esquecem-se rapidamente do mal que fizeram, outros passam em branco o conivente silêncio que mantiveram - o decisivo, o urgente é provocar e alimentar marés de suspeita, tentando desestabilizar, visando minimizar aquilo que de bom se passa nos relvados. Ou seja, não interessa que o Benfica tenha sido, até agora, a equipa que melhores espetáculos proporcionou, que maior consistência revelou (com o Braga por perto), que voltou a trazer a maré ao seu estádio e a encher os estádios alheios. O que conta é que Aimar é simulador, que David Luiz é violento, que Di María é maldoso, que Javi é um tanque de guerra. O que jogam é coisa de somenos.
Para quem faz da memória um ativo, recordo que este discurso não é novo. Ouviu-se, com igual intensidade, na época de 2004/2005. Ou seja, no mais recente título de campeão do Benfica. Sabendo-se que não há coincidências, sempre se deixa o aviso: ainda que, de um mesmo lado, se alinhem todos os "unitários" de ocasião, do outro, não se fixam os "otários".
Resta desejar que o Conselho Disciplinar da Liga não perca tempo a decidir aquilo a que as leis o obrigam. E resta sugerir que, na próxima visita do mundo do futebol (nem todo, por razões que não vale a pena esmiuçar) à Assembleia da República, a petição não diga apenas respeito às - indispensáveis - novas tecnologias. Convinha pedir uma nova atitude. Esta, a das azias, das insinuações mais torpes e das brejeirices palitadas, já deu o que tinha a dar, quero crer.
6 comentários:
Excelente post, caro Manuel.
Mesmo aí longe defendo com todo o fervor o nosso Benfica.
Aplauso a 100%.
Já agora, passe pelo Coração Encarnado que foi lá citado para receber mais um "troféu".
Um grande abraço.
Li hoje no record e também pensei em publicar, porque de facto é fantástico o modo como ele classifica a atirude desses energúmenos.
Caro Manuel.
Eu até agora já recebi três. E parece que vem aí o quarto.
Coloquei-os todos. Não vejo nada nas regras que restrinja.
Logo, como nós dizemos e está nos livros, "quod abundant non nocet".
Um abraço
Grande texto...até admira ter sido publicado nesse jornal. Tudo o que está nesse texto é verdade, sem tirar nem por!
Jobar
http://oalguidar.blogspot.com/
Muito Bom!
Ainda há Jornalistas sérios e isentos...
Abraço!
É verdade, caros amigos benfiquistas. Sinceramente não o conheço, nem sei a sua "cor", mas achei-o perfeito por isso o publiquei.
Gil Vicente, se assim é, aceito mais um prémio com todo o prazer. Para mais vindo de quem vem!
Abraço aos três!
Enviar um comentário