Época 2015/16

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As virgens ofendidas

O que não faltaram foram vozes portistas, especialmente de adeptos porque os dirigentes estavam por demais comprometidos para virem dizer o que quer que fosse, criticando o Benfica e as medidas de força para tentar acabar com a pouca vergonha nas arbitragens do futebol. Disseram entre outras coisas que nos deixassem competir sózinhos, que era uma falta de consideração pelos clubes mais pequenos fazer com que fossem eles a pagar as favas, que éramos uns chorões, isto e aquilo.
Pois bem, agora no que toca ao que aconteceu com o atletismo, em que a Federação da modalidade alterou os regulamentos para impedir que o FC Porto ganhasse campeonatos duma forma pouco ética, ninguém se manifestou contra o abandono da modalidade. Essa sim, foi uma decisão injusta para quem praticava a modalidade no clube e vem demonstrar como o ganhar a qualquer preço é a imagem de marca daquele clube.
Voltei a este tema hoje devido ao artigo de opinião que li e que recomendo para que ninguém fique com dúvidas sobre o que originou a decisão do FCP acabar com a modalidade de atletismo no clube.

O FC Porto resolveu suspender a sua secção de atletismo, dispensando a sua quase centena de atletas, devido à nova regulamentação que limita a participação de (alguns) atletas estrangeiros nos campeonatos nacionais de clubes. Vejamos:

1.º) O FC Porto ganhou os Nacionais de pista coberta e ar livre, interrompendo longas séries de triunfos do Sporting. No entanto, no campeonato de ar livre, por exemplo, utilizou oito atletas estrangeiras em 13 das 19 provas individuais. Atletas que, com uma exceção, se deslocaram naquele fim-de-semana unicamente para participar no campeonato (no atletismo, ao contrário da generalidades das modalidades, a competição realiza-se em apenas duas jornadas, sábado e domingo).
2.º) Pagar um fim-de-semana de provas a atletas estrangeiros sai muitíssimo mais barato que pagar mensalmente um subsídio a atletas nacionais.
3.º) Há muito se sabia da intenção da Federação em modificar o regulamento, de forma a evitar estas situações (Record deu conta disso) e a Assembleia Geral federativa decorreu em 24 de julho, quase dois meses antes do início do período de transferências.
4.º) Os atletas estrangeiros (no máximo de dois por equipa), quaisquer que eles sejam, desde que residam em Portugal há pelo menos dois anos, continuam a poder participar nos campeonatos de clubes.
5.º) A Federação limitou-se (e bem) a defender os atletas portugueses e a verdade da competição. É verdade que o Sporting tem um orçamento no atletismo ao qual os outros não podem (não querem) chegar. Tal como o FC Porto (ao longo dos anos) e agora também o Benfica têm um orçamento no futebol inatingível pelo Sporting e por todos os outros. E ninguém deixa de competir por isso…
6.º) É pena que o FC Porto deixe o atletismo. Tinha uma promissora equipa júnior masculina, campeã nacional em 2009 e vice-campeã em 2010, em compita com o Benfica. E o orçamento do Sporting, que este ano já baixou, irá baixar ainda mais nos próximos…

3 comentários:

Anónimo disse...

Eles são mesmo assim. Só ganham na base da batota!

www.forcamagicoslb.blogspot.com

MG disse...

Muito bem lembrado, Manuel.
Parabéns, é que as televisões não falam disto.

Abraço,

MG
mastergroove2010.blogspot.com

Manuel Oliveira disse...

Obrigado amigo MG!

Abraço.

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