João Gobern, comentador de
futebol num programa de televisão, foi dispensado por ter recebido a
notícia de um golo do Benfica com um festejo contido. A RTP dispensou-o
por ter festejado; eu tê-lo-ia dispensado por ter festejado
contidamente. Celebrar um golo de qualquer clube é um acto de liberdade.
Celebrar um golo do Benfica é um acto de liberdade e de bom gosto. Quem
contém a liberdade e o bom gosto merece castigo.
Aqueles que acusaram a RTP de perseguição aos vermelhos estavam
certos apenas em parte. Este novo macartismo é, na verdade, daltónico.
Amanhã acontecerá o mesmo com adeptos do Sporting, do Porto, do Braga,
do Arrifanense. Não se admite que quem fala de futebol goste de futebol.
Quantos dos nossos amigos que se interessam por futebol e gostam de
falar sobre ele não têm clube? Quantos dos que apreciam literatura não
têm escritores preferidos? Quantos dos que sabem de música não se
emocionam mais com um compositor do que com outro? E, no entanto, a
esmagadora maioria dos comentadores de futebol que vemos na televisão
não tem clube preferido. São apenas entusiastas assépticos das
transições defensivas, burocratas da basculação, geómetras do duplo
pivô. Não são exactamente seres humanos. São semideuses que não se
deixam afligir pelas paixões da alma. Ora, estes comentadores, tal como
João Gobern, não relatam factos, comentam. Exprimem opiniões. O que
torna o seu trabalho muito mais difícil, uma vez que os robôs não têm
opiniões. Os comentadores políticos podem manifestar a sua preferência
por determinado programa político ou líder partidário. Nenhuma estação
dispensa um crítico de cinema quando exprime regozijo por um filme ou um
artista da sua predilecção ter vencido um prémio. No futebol, talvez
por ser matéria mais importante que a política e a arte, não se admitem
gostos.
Há uma única excepção. Quando a brava selecção lusitana defronta a
estrangeirada bárbara, não só os comentadores como os próprios
jornalistas podem festejar o que quiserem, designadamente atirando ao ar
os papelinhos que resultaram de terem rasgado o código deontológico. No
futebol, o amor à pátria é o único que se tolera.
Parece-me mais proveitoso que quem exprime opiniões sobre futebol
tenha mesmo opiniões sobre futebol. E parece-me mais honesto que não as
esconda. Pessoalmente, nunca escondi que sou do Benfica, não por uma
questão de honestidade mas de imodéstia: ser benfiquista é a minha
melhor qualidade - se não for a única. E não tenho grandeza de carácter
suficiente para a manter secreta. Um adepto do Vasco da Gama chamado
Carlos Drummond de Andrade escreveu: "Para o diabo vá a razão quando o
futebol invade o coração." Felizmente, a RTP já não foi a tempo de lhe
mergulhar o coração em formol.
(Ricardo Araújo Pereira, in Visão)
3 comentários:
Entre um comentador ser sincero a comemorar um golo do seu clube, ou outro estar sempre a denegrir um dado clube porque simplesmente não é o seu, eu sei bem quem iria para a rua - o 2º, pois mais vale ser-se sério a mostrar de que clube se é, do que B. Pratas, R. Santos, etc pelo menos mais 30 vezes, a denegrirem um clube sem provas do que dizem porque são "comentadores imparciais", no caso anti-Benfica, glorificando na maior parte das vezes o clube corrupto. Viu-se isso tão bem com os 30 anos do fim da verdade desportiva em Portugal, sendo o peidoso senil glorificado pelas grandes vitórias frutadas e chocolatadas do seu clubeco corrupto.
Miguel
Assim se vendem jornais
Comunicado: Tentativas de perturbação
Embalados por “fontes” de fraca idoneidade ou manifestamente por falta de assunto, alguns jornais têm dedicado algumas das suas páginas a especular com jogadores que interessam ao Sport Lisboa e Benfica.
Como alguém escrevia não há muito tempo atrás “o Benfica noticiado é aperitivo, prato principal e sobremesa”.
Que alguns queiram valorizar jogadores ou negócios é legítimo. Que o queiram fazer à conta do Benfica é pouco ético. Que os jornalistas se deixem levar de forma tão ligeira sem sequer cumprir o seu dever mais básico que é ouvir o Clube já nos parece pouco profissional, principalmente quando é notório que algumas dessas “notícias” são plantadas com um único objectivo: desviar atenções de factos graves que têm atingido o futebol português.
Mais um alerta: o Sport Lisboa e Benfica tem treinador com contrato válido e tudo o que se disser à volta disso é folclore com o único intuito de vender jornais.
Estas notícias não passam de tentativas vãs de perturbar a equipa e o treinador numa fase decisiva da época.
Via Sport Lisboa e Benfica
UM COMENTADOR A COMEMORAR UM GOLO DA SUA EQUIPA NUM PROGRAMA ONDE A ISENÇÃO E A IMPARCIALIDADE DEVERIAM SER A TÓNICA DOMINANTE É NO MÍNIMO UMA PALHAÇADA!!!
MAS COMO O GORDO É BENFIQUISTA, A RTP É HIPÓCRITA E O GORDO É HONESTO!!!
É ESSA A VERDADE DESPORTIVA QUE OS BENFIQUISTAS DEFENDEM???
LEVEM-NO PARA A BENFICA TV ONDE ELE PODERÁ COMEMORAR GOLOS Á VONTADE E FAZER COMENTÁRIOS COM PARCIALIDADE!!!!
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