Época 2015/16

Época 2015/16

A hipócrita RTP

João Gobern, comentador de futebol num programa de televisão, foi dispensado por ter recebido a notícia de um golo do Benfica com um festejo contido. A RTP dispensou-o por ter festejado; eu tê-lo-ia dispensado por ter festejado contidamente. Celebrar um golo de qualquer clube é um acto de liberdade. Celebrar um golo do Benfica é um acto de liberdade e de bom gosto. Quem contém a liberdade e o bom gosto merece castigo.
Aqueles que acusaram a RTP de perseguição aos vermelhos estavam certos apenas em parte. Este novo macartismo é, na verdade, daltónico. Amanhã acontecerá o mesmo com adeptos do Sporting, do Porto, do Braga, do Arrifanense. Não se admite que quem fala de futebol goste de futebol. Quantos dos nossos amigos que se interessam por futebol e gostam de falar sobre ele não têm clube? Quantos dos que apreciam literatura não têm escritores preferidos? Quantos dos que sabem de música não se emocionam mais com um compositor do que com outro? E, no entanto, a esmagadora maioria dos comentadores de futebol que vemos na televisão não tem clube preferido. São apenas entusiastas assépticos das transições defensivas, burocratas da basculação, geómetras do duplo pivô. Não são exactamente seres humanos. São semideuses que não se deixam afligir pelas paixões da alma. Ora, estes comentadores, tal como João Gobern, não relatam factos, comentam. Exprimem opiniões. O que torna o seu trabalho muito mais difícil, uma vez que os robôs não têm opiniões. Os comentadores políticos podem manifestar a sua preferência por determinado programa político ou líder partidário. Nenhuma estação dispensa um crítico de cinema quando exprime regozijo por um filme ou um artista da sua predilecção ter vencido um prémio. No futebol, talvez por ser matéria mais importante que a política e a arte, não se admitem gostos.
Há uma única excepção. Quando a brava selecção lusitana defronta a estrangeirada bárbara, não só os comentadores como os próprios jornalistas podem festejar o que quiserem, designadamente atirando ao ar os papelinhos que resultaram de terem rasgado o código deontológico. No futebol, o amor à pátria é o único que se tolera.
Parece-me mais proveitoso que quem exprime opiniões sobre futebol tenha mesmo opiniões sobre futebol. E parece-me mais honesto que não as esconda. Pessoalmente, nunca escondi que sou do Benfica, não por uma questão de honestidade mas de imodéstia: ser benfiquista é a minha melhor qualidade - se não for a única. E não tenho grandeza de carácter suficiente para a manter secreta. Um adepto do Vasco da Gama chamado Carlos Drummond de Andrade escreveu: "Para o diabo vá a razão quando o futebol invade o coração." Felizmente, a RTP já não foi a tempo de lhe mergulhar o coração em formol.

(Ricardo Araújo Pereira, in Visão)

3 comentários:

Anónimo disse...

Entre um comentador ser sincero a comemorar um golo do seu clube, ou outro estar sempre a denegrir um dado clube porque simplesmente não é o seu, eu sei bem quem iria para a rua - o 2º, pois mais vale ser-se sério a mostrar de que clube se é, do que B. Pratas, R. Santos, etc pelo menos mais 30 vezes, a denegrirem um clube sem provas do que dizem porque são "comentadores imparciais", no caso anti-Benfica, glorificando na maior parte das vezes o clube corrupto. Viu-se isso tão bem com os 30 anos do fim da verdade desportiva em Portugal, sendo o peidoso senil glorificado pelas grandes vitórias frutadas e chocolatadas do seu clubeco corrupto.

Miguel

Anónimo disse...

Assim se vendem jornais

Comunicado: Tentativas de perturbação
Embalados por “fontes” de fraca idoneidade ou manifestamente por falta de assunto, alguns jornais têm dedicado algumas das suas páginas a especular com jogadores que interessam ao Sport Lisboa e Benfica.


Como alguém escrevia não há muito tempo atrás “o Benfica noticiado é aperitivo, prato principal e sobremesa”.


Que alguns queiram valorizar jogadores ou negócios é legítimo. Que o queiram fazer à conta do Benfica é pouco ético. Que os jornalistas se deixem levar de forma tão ligeira sem sequer cumprir o seu dever mais básico que é ouvir o Clube já nos parece pouco profissional, principalmente quando é notório que algumas dessas “notícias” são plantadas com um único objectivo: desviar atenções de factos graves que têm atingido o futebol português.


Mais um alerta: o Sport Lisboa e Benfica tem treinador com contrato válido e tudo o que se disser à volta disso é folclore com o único intuito de vender jornais.


Estas notícias não passam de tentativas vãs de perturbar a equipa e o treinador numa fase decisiva da época.

Via Sport Lisboa e Benfica

RAUL MEIRELLES disse...

UM COMENTADOR A COMEMORAR UM GOLO DA SUA EQUIPA NUM PROGRAMA ONDE A ISENÇÃO E A IMPARCIALIDADE DEVERIAM SER A TÓNICA DOMINANTE É NO MÍNIMO UMA PALHAÇADA!!!

MAS COMO O GORDO É BENFIQUISTA, A RTP É HIPÓCRITA E O GORDO É HONESTO!!!

É ESSA A VERDADE DESPORTIVA QUE OS BENFIQUISTAS DEFENDEM???

LEVEM-NO PARA A BENFICA TV ONDE ELE PODERÁ COMEMORAR GOLOS Á VONTADE E FAZER COMENTÁRIOS COM PARCIALIDADE!!!!

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