Mário Coluna, o Monstro Sagrado ou o eterno capitão do Benfica, concedeu uma entrevista ao Jornal do Benfica que vale a pena ler. E eu que vivi em Moçambique e tive o previlégio de conviver de perto com ele depois da independência de Moçambique, embora ele estivesse no Ferroviário de Maputo como técnico e eu como jovem dirigente do Costa do Sol, não podia deixar passar esta oportunidade de falar dele em claro.
Vale a pena ler e temos de agradecer ao já falecido pai dele o facto de ter vindo para o Benfica! Obrigado Sr. Coluna (pai), natural da Beira Baixa!
Mário Esteves Coluna foi um jogador único, um líder no meio campo do Benfica dos anos dourados e da Selecção Nacional, que brilhou no Mundial de 1966. No Jornal ‘O Benfica’ desta semana, é possível ler o que o “Monstro Sagrado” disse ao programa Entrevista Exclusiva da Benfica TV.
- Tem gostado de ver a equipa esta época?
- Tenho. Eu venho aqui ao Estádio da Luz. Venho assistir aos jogos todos aqui na Luz. Tenho gostado, até porque temos ganho.
- Revê-se em algum jogador?
- São todos bons!
- O gosto pelo futebol foi imposto pelo coração ou pela família?
- Felizmente, nessa altura nem em Portugal existia o profissionalismo. Era amadorismo. Eu pratiquei por gosto da minha parte. Agora, o clube já foi imposto pelo meu pai, que era sócio fundador do Clube Desportivo de Lourenço Marques, o tal clube que foi filial do Benfica em Moçambique. Eu gostava de jogar futebol, fui treinar e agradei ao treinador. Comecei a jogar nos Juvenis com quinze anos. Com dezassete anos, o treinador viu que eu era bom e promoveu-me à primeira equipa (Seniores). Comecei a jogar como avançado-centro até eu ter dezanove anos. Em 1954, o Sporting foi jogar a Lourenço Marques, hoje Maputo. Quando eles lá estiveram jogaram contra a selecção de naturais da colónia de Moçambique. Eu fui seleccionado, tinha dezanove anos. Parece que joguei bem e no fim do jogo, os dirigentes do SCP vieram ter comigo e perguntaram-me se eu queria jogar pelo Clube. Eu disse que sim, mas que não mandava nada. Que teriam que falar com o meu pai. Não sei se foram falar com o meu pai, mas o meu pai era um “doente do Benfica”. Não sei qual foi a resposta mas o meu pai deve ter ido falar com os colegas do Desportivo a dizer que os “lagartos” queriam o filho dele. O Desportivo mandou logo um SOS aqui para o Benfica a dizer que tinham um jogador avançado-centro e que o Sporting estava interessado nele. O Benfica respondeu para me colocarem no avião e que eu viesse para Portugal (risos). Já cá estava na altura o falecido Costa Pereira e o Naldo. E foi assim, fomos comprar o bilhete e roupa também porque aqui em Portugal naquele tempo só se andava de fato e gravata. Meteram-me no avião, naquele tempo não havia aviões a jacto, levei trinta e quatro horas a chegar a Lisboa (risos).
- Tem gostado de ver a equipa esta época?
- Tenho. Eu venho aqui ao Estádio da Luz. Venho assistir aos jogos todos aqui na Luz. Tenho gostado, até porque temos ganho.
- Revê-se em algum jogador?
- São todos bons!
- O gosto pelo futebol foi imposto pelo coração ou pela família?
- Felizmente, nessa altura nem em Portugal existia o profissionalismo. Era amadorismo. Eu pratiquei por gosto da minha parte. Agora, o clube já foi imposto pelo meu pai, que era sócio fundador do Clube Desportivo de Lourenço Marques, o tal clube que foi filial do Benfica em Moçambique. Eu gostava de jogar futebol, fui treinar e agradei ao treinador. Comecei a jogar nos Juvenis com quinze anos. Com dezassete anos, o treinador viu que eu era bom e promoveu-me à primeira equipa (Seniores). Comecei a jogar como avançado-centro até eu ter dezanove anos. Em 1954, o Sporting foi jogar a Lourenço Marques, hoje Maputo. Quando eles lá estiveram jogaram contra a selecção de naturais da colónia de Moçambique. Eu fui seleccionado, tinha dezanove anos. Parece que joguei bem e no fim do jogo, os dirigentes do SCP vieram ter comigo e perguntaram-me se eu queria jogar pelo Clube. Eu disse que sim, mas que não mandava nada. Que teriam que falar com o meu pai. Não sei se foram falar com o meu pai, mas o meu pai era um “doente do Benfica”. Não sei qual foi a resposta mas o meu pai deve ter ido falar com os colegas do Desportivo a dizer que os “lagartos” queriam o filho dele. O Desportivo mandou logo um SOS aqui para o Benfica a dizer que tinham um jogador avançado-centro e que o Sporting estava interessado nele. O Benfica respondeu para me colocarem no avião e que eu viesse para Portugal (risos). Já cá estava na altura o falecido Costa Pereira e o Naldo. E foi assim, fomos comprar o bilhete e roupa também porque aqui em Portugal naquele tempo só se andava de fato e gravata. Meteram-me no avião, naquele tempo não havia aviões a jacto, levei trinta e quatro horas a chegar a Lisboa (risos).
Nota: A partir de Outubro de 1955 data da fundação do Sport Lourenço Marques e Benfica (actual Costa do Sol), o Desportivo deixou de ser filial mas ainda hoje mantém a águia no seu emblema.
5 comentários:
Novo blog:
http://onossofuteb0l.blogspot.com
Abraço
Bela entrevista desta enorme referência e grande capitão do nosso clube.
Coluna , uma verdadeira glória!
Bom post
http://portuguesesnoestrangeiro.wordpress.com/
Bem, isso levanta questões ao fim de tantos... Ele não chegou a dizer que é Benfiquista, pelo que li aí, e demarca-se de responder sobre jogadores que se assemelhem a ele.
Vamos por partes. O tempo tornou-o, a meu ver, Benfiquista, mas não o era de início, parece-me.
Se bem que os tempos eram outros, mas sim, graças a Deus que o seu pai era «doente», eheheheheh!
Seja como for, obrigado por tudo caro Campeão! Caro Capitão!!!
Abraço
Márcio Guerra, aliás, Bimbosfera
http://Bimbosfera.blogspot.com
Márcio, não entendi bem assim. Ele foi convidado para jogar noutros lados mas o pai como grande democrata que era (e muito bem) ordenou ao menino Mário que só Desportivo e Benfica! Eheheheeh.
Abraço.
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