Benfica - Preocupações centrais

Não seria necessária a convocação de última hora de Miguel Vitor e o pedido à FPF para o ‘empréstimo’ de Roderick Miranda, para se perceber preocupação nas hostes encarnadas, tendo em conta a escassez de centrais a menos de um mês da disputa do acesso à Liga dos Campeões, cujo desfecho poderá vir a ter repercussões muito sérias no desenrolar da época prestes a iniciar-se.

Não se esgotam no entanto apenas na zona central as inquietações da equipa técnica, pois elas são extensíveis a todo o sector defensivo. Sem Maxi Pereira, Luisão e a saída de Fábio Coentrão, o Benfica fica apenas com um elemento mais rotinado (Jardel) e que apenas foi adquirido em Janeiro, o que significa que toda a defesa terá que ser refeita num curto espaço de tempo, o que acarreterá inevitavelmente falta de rotina entre os elementos (sejam eles quais forem) que venham a ser chamados para desempenhar o lugar já antes do final deste mês.

Como é normal acontecer, apressaram-se os habituais comentadores e paineleiros entre os quais se incluem alguns benfiquistas nervosos, de apontar o dedo ao planeamento ligeiro e descontraído ou à falta dele por parte dos responsáveis da SAD encarnada, pois isso é de facto o mais fácil. Só que não resolve o problema que aliás não era o objectivo dos ilustres palradores.

Temos visto todo o género de críticas e comentários e ainda hoje num dos pasquins da nossa praça, uma benfiquista perorava sobre alguns casos, socorrendo-se para o efeito da sua habitual língua viperina. A título de exemplo, dizer-se que a novela Fábio Coentrão já deveria ter tido o último episódio, é uma assumpção que merece unanimidade até mesmo do(s) negociador(es) encarnado(s). Só que as coisas são como são, e algumas nuances entretanto introduzidas pelo ex-futuro lateral esquerdo encarnado (ou alguém por ele que é o mais provável), acabou por prejudicar e atrasar o negócio que há muito estava em vias de conclusão. E não será necessário especular para se perceber que com esse negócio específico têm estado interligados e pendentes de concretização alguns outros, como sejam a vinda de um jogador destinado a suprir uma das lacunas centrais incluido no pacote, bem como as mais valias que aumentariam o poder aquisitivo para resolver um conjunto de casos que têm estado em banho-maria, desde aquisições e dispensas passando por empréstimos.

Há no entanto quem se recuse a perceber toda esta problemática que mais do que ser vista com um estricto olhar clubístico, deve ser encarada e analisada numa vertente mais abrangente de forma a serem ponderadas todas as necessidades, vicissitudes e constrangimentos e, naturalmente alguns erros que só se reconhecem depois de se cometerem. É preço a pagar por quem tem a responsabilidade de decidir e que no Benfica atingem sempre para o bem e para o mal proporções dantescas, próprias de um clube com a dimensão dos encarnados.

É nossa convicção que todos os responsáveis estão não só cientes das dificuldades como estão a trabalhar intensamente para as resolver. Aliás não poderia ser de outra forma. Parecem ser pois de expectativa os próximos tempos, e o que será expectável para todos os benfiquistas será a rápida resolução das necessidades já identificadas, pois não há tempo a perder face à contagem decrescente que já se iniciou e não vai parar.

Vamos assistir certamente à continuação do folclore e do fogo de artifício de que alguns tanto gostam, até porque o Benfica é sempre um potencial manancial de notícias para alimentar pasquins e afins, que como sabemos só têm hipóteses de sobreviverem com esse tipo de informação. 

Pena é que alguns benfiquistas continuem a alimentar o rastilho da maledicência, não sabendo ou não querendo, distinguir as normais críticas da especulação desenfreada. Alguns desses benfiquistas fazem-no atacando de uma forma vil e traiçoeira o actual poder executivo, na convicção de que assim podem demonstrar a sua independência. Ao próximo, provavelmente, acontecerá o mesmo e assim por diante.

Do que frequentemente se esquecem é que os executivos, os adeptos e os simpatizantes vão passando e o Benfica irá permanecer sempre. Tal significa que sendo os homens seja qual for o seu grau de responsabilidade passíveis de críticas, o Benfica deverá ser sempre preservado sejam quais forem as circunstâncias em que se encontre ou que o afectem.

Dito de outra maneira, o Benfica está sempre à espera que saibamos estar à altura de conseguir honrar a sua história memorável. Mas essa introspecção é da exclusiva responsabilidade de cada um...

(Fonte: Anti-Benfica.COM)

Artigo para todos os benfiquistas meditarem.