Ainda os milhões da treta

Não serão tão poucos quanto isso os clubes de renome que actualmente atravessam maiores ou menores dificuldades e se vêm obrigados a reajustar-se face  ao actual mercado. A presente conjuntura, por motivos óbvios, é pois pouco tolerante a derrapagens.

No aspecto específico do FC Barcelona, tido como uma referência a todos os níveis, ainda recentemente divulgou em comunicado que teve um prejuízo contabilístico de 9,5 millhões de euros, algo que – à semelhança do que se passa um  pouco por todo o mundo – são consideradas questões secundárias para um clube campeão espanhol e europeu, e cuja maioria de jogadores contribuiu para que a Espanha se sagrasse campeã europeia e mundial.

Sem descuidar aspectos que outrora se podia dar ao luxo, o FC Barcelona que até pagava 2 milhões à Unicef para puder manter o seu patrocínio nas camisolas, viu-se obrigado a assinar um contrato (recordista) com a Qatar Fundation, que passará assim a ser o patrocinador principal a partir da temporada em vias de começar.

Óbvio é que as decisões - boas ou más - de uma direcção delineam o futuro a médio prazo de um clube, podendo inclusivé claudicar o seu futuro como não tão poucas vezes sucede. Neste âmbito ninguém se pode pôr em bicos de pés e certamente cada um faz o melhor que pode.

O que se compreende e cumulativamente é inexplicável, é a distinção que por cá se faz. Compreende-se porque é a imprensa que temos, e é incompreensível pelo código deontológico que a deveria guiar. Sem nos queremos desviar excessivamente do tema, qual o organismo, área de actividade ou entidade que tem demonstrado imparcialidade? PJ, ERC, CMVM, Justiça?

Ao Benfica é-lhe exigido nota artística um pouco em tudo o que faz e, ademais, quando a nota dez é alcançada, não faltam os fazedores de opinião, orgãos de comunicação oficiosos e mandatários que se apressam a mediatizar e a empolar falácias e pseudo-argumentos de óbvio carácter negativista no que ao Benfica diz respeito. Tudo tem o seu quê…

No aspecto concreto do Fábio Coentrão, tomando em consideração que a actual conjuntura proíbe certos valores, também que o jogador fragilizou o clube ao dizer publicamente que queria sair para o Real Madrid e mais nenhum, que nota merece o clube? Rui Costa disse-o e bem, «foi um excelente negócio» pois claro, haja quem o diga!

Quanto a Roberto, perseguido desde que chegou ao Benfica como forma de se atingir a direcção encarnada pelos números que envolveu, sem qualquer margem de erro dado pela comunicação social, considerado culpado de golos que nem teve qualquer culpa além daqueles de que foi obviamente culpado – que conjuntamente devem ascender a mais de 30 segundo alguns opinadeiros – não merecerá o Benfica nota 10 na forma como saíu incólume deste episódio? Disse Jorge Jesus que «Roberto foi um excelente negócio», sem dúvida! E não estamos a ser irónicos...

Porventura considerado pelos experts obra do acaso, o clube vem estando assim – ano sim, ano sim – envolvido nas transferências mais sonantes a nível mundial, isto sem que actualmente possamos dizer que detém uma equipa completamente desfasada de qualidade. Bem pelo contrário...

Com os olhos de vários continentes postos no actual modelo de gestão encarnado, parece que apenas por cá escasseia o bom senso, o que se compreende atendendo aos maestros que pautam a sinfonia... inacabada...

Afinada ou não, continuaremos na nossa teimosia, é que quanto a nós «milhões da treta» ainda é pagar sete milhões de euros em 2008 por um jogador que aufere 1.620 milhões/ano, que nunca deu qualquer retorno desportivo ao clube e aparte o descontentamento tornado público aqui e ali ainda será livre em 2012...

São os tais negócios da treta protagonizados pelo grande timoneiro...

(Anti-Benfica.COM)